Preso pela Polícia Federal e a Polícia Legislativa do Senado nesta quinta-feira (22), o empresário bolsonarista que ameaçou o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) é contra o resultado das eleições e defende intervenção militar. Júlio Farias foi detido em flagrante em operação conjunta das corporações.
Júlio foi detido por posse ilegal de um silenciador para fuzil, comprado na internet. Em sua residência as autoridades apreenderam 10 armas de fogo e 3.153 munições. O arsenal reúne itens como fuzil, pistolas semi-automáticas e um revólver calibre 38.
O empresário publicou no dia 19 de novembro um vídeo em que afirma, além de fazer ofensas de cunho homofóbico, que queria agredir fisicamente Randolfe. “Ô, gazela, eu vou te avisar uma coisa: o dia que eu me encontrar contigo e tu falar para mim ‘perdeu, mané’, tu vai cair na porrada”.
Dono de uma rede de postos de combustíveis no Amapá, o empresário ostentava suas armas nas redes sociais, e publicava mensagens em apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL). Farias também compartilhava mensagens contra o PT e membros da legenda.
Em seu perfil, o bolsonarista compartilhava fotos e vídeos em que participa de treinamentos militares com armas de fogo usando roupas similares às de policiais. Além de alguns registros ao lado de policiais militares.
Farias costuma ainda ostentar dinheiro em algumas publicações. Em uma delas, ele aparece entregando várias notas de R$ 200 para a esposa, ao dizer que vai sair com amigos, em tom de piada. O empresário também postou em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília com uma música de fundo com sons de tiros.
Recentemente, publicou um vídeo antigo de Bolsonaro, em que o chefe do Executivo dizia ter três alternativas: ser preso, morto ou vitória. Na gravação, Bolsonaro fala: “Pode ter certeza, a primeira alternativa (ser preso) não existe”.
O mandado de busca e apreensão foi expedido pela juíza federal Pollyanna Kelly Maciel Medeiros Martins Alves, da 12ª Vara Federal Criminal de Brasília. Na decisão das autoridades, Júlio Farias deve manter a distância mínima de duzentos metros do senador.
Farias foi encaminhado à audiência de custódia e ficará à disposição da Justiça. Se condenado, poderá pegar pena de até 6 anos de reclusão.