Joaquim Barbosa estava certo: Bolsonaro não tem estatura para presidente

Atualizado em 28 de dezembro de 2022 às 12:58
Jair Bolsonaro e Joaquim Barbosa

Jair Bolsonaro planeja uma fuga para os Estados Unidos, a ser realizada até a próxima sexta-feira (30), antes de concluir o mandato. Vai, assim, quebrar a tradição de passar a faixa presidencial ao presidente que vai sucedê-lo. Essa sucessão de fatos demonstra que, pelo menos nisso, o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal estava certo quando disse, em outubro, que Bolsonaro nunca teve estatura para ser presidente do Brasil.

Conhecido nacionalmente por relatar o processo do chamado “mensalão”, no STF, Joaquim Barbosa fez o vídeo para pedir votos para o ex-presidente Lula (PT), já no primeiro turno da disputa eleitoral.

“Em 2018, eu alertei os brasileiros de que Jair Bolsonaro seria uma péssima escolha para a presidência da República. Bolsonaro não é um nome sério, não serve para governar um País como o nosso. Não está à altura. Não tem dignidade para ocupar um cargo dessa relevância”, afirma o ex-ministro, no vídeo que voltou a circular, esta semana.

Barbosa tem 67 anos, chegou a cogitar uma candidatura presidencial pelo PSB, e foi ministro do STF entre os anos de 2003 e 2014. Ele chegou ao tribunal por nomeação do próprio Lula, mas tornou-se o principal algoz do PT na Ação Penal 470, quando diversos parlamentares e membros do partido foram condenados.

“Nas grandes democracias o Bolsonaro é visto com um ser humano abjeto, desprezível, uma pessoa a ser evitada”, diz Barbosa, no vídeo, sobre a forma a péssima imagem do presidente brasileiro no mundo. “Esse isolamento internacional é muito ruim para o nosso País. Nós perdemos muitas oportunidades com isso. É preciso votar já em Lula no primeiro turno para encerrar essa eleição no próximo domingo”, afirma.

Além da fuga para os EUA, outro fator que apequena o fim da gestão do ainda presidente está no fato de ele não ter condenado, até esta quarta-feira (28/12), os ataques extremistas de apoiadores bolsonaristas, em Brasília.

Para lembrar: em 12 de dezembro, bolsonaristas protagonizaram a depredação de carros e queimaram ônibus em Brasília, após atacarem o prédio da Polícia Federal, supostamente em protesto à detenção do cacique xavante Serere, preso por determinação do ministro Alexandre de Moraes (STF), por acusação de condutas ilícitas e antidemocráticas.

O presidente em rota de fuga também não se manifestou sobre a recente tentativa de atentado à bomba, na capital federal. No sábado (24), véspera de Natal, a Polícia Civil do DF prendeu George Washington de Oliveira Sousa, 54 anos, que plantou uma bomba num caminhão de combustível e planejava explodi-lo nas imediações do Aeroporto de Brasília.

Não houve qualquer condenação pública por parte do presidente Jair Bolsonaro, e por sua trajetória de incitação a golpes e rupturas institucionais é possível inferir de que jamais haverá. A quatro dias de terminar o atual mandato, as palavras de Joaquim Barbosa, hoje, soam como prova definitiva de que o ex-capitão nunca este apto a governar dignamente o Brasil.

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