O ministro Alexandre de Moraes determinou a quebra de sigilo telefônico e de dados de oito pessoas investigadas por participação na estrutura fascista do gabinete do ódio.
Quem conversou com esses oito investigados vai cair na rede.
É a mais ampla ação para pegar líderes, operadores e financiadores das milícias digitais e de todos os atos antidemocráticos, incluindo também a fábrica de fake news e de difamação.
O Metrópoles diz saber quem são os oito que terão contatos e conversas devassadas, mas não divulga seus nomes. Todos são próximos de Bolsonaro.
Se alguns desses oito conversaram com Bolsonaro e com mais alguém do governo e entre eles, esses contatos serão conhecidos. É quase certo que conversaram.
Se os fascistas trocaram ideias com jornalistas, os investigadores irão chegar também a esses confidentes. A devassa pegará dados desde 2017.
Haverá quebra de dados telemáticos dos aparelhos celulares e todas as informações armazenadas em servidores de e-mail e de aplicativos de mensagens.
Um tubarão levará aos peixes miúdos, e pela primeiras vez todas as conexões do extremismo serão conhecidas, numa progressão geométrica de contatos e articulações.
O Brasil tem hoje oito bolsonaristas aterrorizados. Seus amigos também. E não são manés.
É gente poderosa da engrenagem da extrema direita. Cada um pode até tentar fazer sua lista, a partir de quem já vem sendo investigado desde 2019, quando começa o inquérito das fake news.
AMIGOS
Dilma Rousseff e José Sarney apareceram sentados lado a lado, na primeira fila, na posse de Alexandre de Moraes na presidência do TSE.
Depois, estavam juntos na diplomação de Lula também no TSE. Apareceram de novo um ao lado do outro no domingo, na posse de Lula, no Congresso.
E hoje estavam de novo juntos na posse de Alexandre Padilha na Secretaria de Relações Institucionais.
É uma manifestação de respeito mútuo. A cena transmite um afeto que faz bem na política, onde as relações são traiçoeiras.
Leiam o que ele disse quando dos primeiros sinais de que a direita tramava o impeachment, em março de 2015, mais de um ano antes do golpe:
“Dilma é uma pessoa que tem feito um esforço extraordinário na Presidência e ao mesmo tempo é uma sacerdotisa do serviço público, porque ela é uma mulher que tem tido um trabalho imenso e tem se dedicado de corpo e alma à sua tarefa”.