O Grupo Prerrogativas, que tem cinco ministros na atual Esplanada e que teve um papel importante na defesa do PT e do presidente Lula durante o período em que ele esteve preso, definiu como será sua atuação agora com o petista na Presidência. O grupo permanecerá defendendo o governo que ajudou a eleger, mas buscará manter uma “independência crítica” e encampará o movimento “sem anistia”.
“Não se trata de revanchismo, de vingança. É o contrário, é justiça e reparação, com espírito público e senso de urgência”, disse o coordenador do Prerrogativas, Marco Aurélio de Carvalho, à coluna de Alberto Bombig, no UOL.
A posição do grupo reforça o movimento de cobrança para uma responsabilização de Jair Bolsonaro (PL) por eventuais crimes cometidos durante a sua gestão, especialmente no período da pandemia.
“A gente tem a clareza de que precisamos ajudar esse governo a se defender dos setores mais radicais da sociedade, mas, ao mesmo tempo, devemos manter uma independência crítica capaz de fazer o governo perceber a vocação para a qual ele foi eleito, que é de acabar com a miséria e enfraquecer o fascismo”, afirmou Carvalho.
Em evento realizado na terça-feira (3), em Brasília, o Prerrogativas comemorou a vitória de Lula e o bom momento do grupo que reúne advogados e juristas, e tem como integrantes os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Silvio Almeida (Direitos Humanos), Jorge Messias (AGU), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) e Vinicius Carvalho (CGU).
“Vamos continuar na defesa intransigente da democracia e das instituições, repensando o papel do Judiciário e combatendo o ativismo judicial, os superpoderes, os super juízes”, destacou Carvalho.
Marco Aurélio de Carvalho chegou a ser cotado para ocupar a Secretaria-Geral da Presidência e foi convidado para outros cargos, mas preferiu manter suas atividades na advocacia e na coordenação do Prerrogativas.