Na manhã desta quinta-feira (5), o fundador e coordenador do Grupo Prerrogativas, o advogado Marco Aurélio de Carvalho, informou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem grandes possibilidades de ser preso e ficar inelegível pelos crimes cometidos durante seu mandato.
O Prerrogativas, que emplacou cinco de seus quadros no ministério do novo governo, está preparando uma investida jurídica para processar o ex-capitão.
“Se a Justiça brasileira agir da forma como a Constituição determina, Bolsonaro pode e deve ser preso e também pode e deve se tornar inelegível”, afirmou Carvalho, falando sobre a eventual prisão do ex-presidente, que é investigado em diversos processos.
“Ele se envolveu em uma série de escândalos, abusou do poder econômico, do poder político e do poder religioso para tentar vencer as últimas eleições”, completou o advogado. Até então, Carvalho irá fazer parte do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social na terceira gestão do petista.
Conhecido no meio político, o grupo procura alavancar em um cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e já prepara indicações para apresentar a Lula.
“Queremos ter a oportunidade de fazer sugestões que o presidente Lula possa considerar, mas vamos apoiar qualquer que seja a escolha dele. Mais importante que um nome é a definição de um perfil”, informou.
Em entrevista concedida ao Estadão, o coordenador do Prerrogativas, quando questionado sobre o motivo da perseguição jurídica contra Bolsonaro, ele informou que “não se trata de perseguição ou revanchismo. Ele tem de ser responsabilizado pelos crimes que cometeu, por justiça e reparação. É um efeito pedagógico”.
“Não se trata de perseguição ou revanchismo. Temos de concentrar todos os esforços na tentativa de reconstruir e reconciliar o País, mas não podemos em hipótese nenhuma passar a mensagem de que vamos ter um comportamento condescendente em relação a governantes que cometeram crimes. Ele tem de ser responsabilizado pelos crimes que cometeu, por justiça e reparação. É um efeito pedagógico”, afirmou Carvalho.
“Se a Justiça brasileira agir da forma como a Constituição determina, Bolsonaro pode e deve ser preso e também pode e deve se tornar inelegível. Ele se envolveu em uma série de escândalos, abusou do poder econômico, do poder político e do poder religioso para tentar vencer as últimas eleições”, continuou, ao falar sobre uma possível punição ao ex-presidente.
Quando questionado sobre qual quando o presidente iria entrar nisso, respondeu: “Basta o governo ajudar as instituições de Estado a voltarem para as mãos do Estado. Com instituições independentes e autônomas, uma investigação isenta vai levar à declaração de inelegibilidade e à prisão do Bolsonaro. A consequência passa a ser imediata”.
Em uma outra entrevista, Marco Aurélio havia falado que a inelegibilidade de Bolsonaro “é a melhor resposta para o flagrante abuso de poder econômico, político e religioso”. Ainda disse que o ex-capitão deve responder os processos em curso na Justiça e ser preso, mas que estava pessimista em relação à sua detenção.