Golpistas terroristas que apoiam o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes na tarde deste domingo (8) retornaram ao quartel-general do Exército em Brasília e continuam acampados. Apesar disso, o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, afirmou que após os atos terroristas não é mais possível “aturar” os acampamentos golpistas.
Até o final da noite de domingo, porém, o acampamento em frente ao QG do Exército continuava montado e cheio. Por volta das 23h, a tropa de choque da PM do DF cercava o acampamento, e tropas e blindados do Exército foram posicionados em frente ao QG em um cordão de isolamento.
Segundo o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, pelo menos 40 ônibus que levaram os golpistas até Brasília de todo o país foram apreendidos, e os financiadores identificados.
“Não tem como continuar assim, vamos tomar providência, não tem mais como aturar isso”, declarou José Múcio em entrevista à TV Globo.
De acordo com a Folha de S.Paulo, a segurança no local foi reforçada pela Polícia do Exército. Logo na entrada, soldados pedem para que os golpistas desmontem as barracas, que se negam a retirar as estruturas.
Em pronunciamento, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou que o governo do Distrito Federal mudou o esquema de segurança na véspera de atos golpistas para liberar pedestres na Esplanada dos Ministérios.
“Nos dias que antecederam esses episódios, inéditos no Brasil, houve uma preparação que se baseou nas responsabilidades constitucionais do governo do Distrito Federal. Não obstante, a esse entendimento, nós tivemos uma mudança de orientação administrativa ontem, em que o planejamento que não comportava a entrada de pessoas na Esplanada foi alterado na última hora”, declarou.
“Não houve comunicação da mudança de planejamento. Soube por um órgão de imprensa. Eu li, e [foi algo] para minha surpresa. Imediatamente questionei, e de manhã novamente por escrito. Disse que isso não parecia correto e tive a resposta que tudo estava tranquilo. Antes, eu não tinha autoridade sobre o aparato de segurança. Agora [com a intervenção] eu tenho” acrescentou, na sequência.