Investigação de ajudante de Bolsonaro sinaliza Caixa 2 e expõe elo de gabinete com golpismo

Atualizado em 20 de janeiro de 2023 às 16:15
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o tenente-coronel Mauro Cesar Cid
Foto: Reprodução/Facebook

As investigações comandas pelo ministro Alexandre de Moraes, no Supremo Tribunal Federal (STF), progrediram para uma novo patamar e agora, com tudo que se descobriu, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) poderá se complicar ainda mais.

As novas revelações aproximam o antigo gabinete de Bolsonaro com os atos antidemocráticas, que resultaram nas invasões terroristas em Brasília (DF), e aumentam as recorrentes suspeitas sobre uma espécie de “caixa 2” dentro da Presidência. As informações são do Metrópoles.

As acusações do caixa 2 de Bolsonaro, no Palácio do Planalto, apontam uso dinheiro vivo proveniente, inclusive, de saques feitos a partir de cartões corporativos da Presidência e de quartéis das Forças Armadas. Nos últimos dias, os gastos do ex-presidente, registrados, foram divulgados.

O grande protagonista dessa história: o tenente-coronel do Exército, Mauro Cesar Barbosa Cid, o “coronel Cid”, o ajudante de ordens, e braço direito, de Bolsonaro, até os últimos dias do governo, que deveria ter acabado no dia 31 de dezembro se não fosse pela fuga do ex-capitão.

O militar compartilhava das “intimidades” do então presidente. Além de acompanhá-lo em tempo quase integral, dentro e fora dos palácios, o tenente-coronel se tornou o “orelhão” de Bolsonaro. Ele atendia as ligações e respondia mensagens em nome do ex-presidente. Quase o 2º Bolsonaro.

O coronel Cid cuidava das tarefas rotineiras do clã Bolsonaro, em especial, a responsabilidade de pagar todas as contas da família. O tenente era um “tesoureiro pessoal” e informal, sem registros.

Com o avanço das investigações, e novas medidas, como quebras de sigilo, permitiram notar diversas operações realizadas por uma equipe do coronel Cid, muitas delas com dinheiro em espécie, na boca do caixa de uma agência bancária localizada dentro do próprio Planalto.

Desde as primeiras análises, o tenente-coronel já era tido como um “centralizador” dos recursos que eram obtidos com os cartões corporativos do governo e outros gastos do ex-presidente.

Então, ao notar o uso de dinheiro manejado à margem do sistema bancário, diversos saques e pagamentos em espécie, o uso de funcionários de confiança nas operações, os investigadores enxergaram indícios fortes de lavagem de dinheiro guiadas pelo assistente pessoal do ex-presidente.

A quebra de sigilo do tenente-coronel ainda revelou o funcionamento do vínculo de Bolsonaro e outros radicais, que estavam promovendo os atos golpistas. Por exemplo, um dos contatos mais frequentes do coronel, era Allan dos Santos, o blogueiro foragido que vive nos Estados Unidos.

As mensagens de texto e áudio descobertas na investigação comprometem tanto Bolsonaro quanto o seu braço direito. Uma série de áudios enviados por Bolsonaro ao subordinado indicam que ele tinha conhecimento e controle de tudo o que Cid fazia, inclusive, na organização da tentativa de golpe.

Participe de nosso grupo no WhatsApp, clique neste link

Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link