Bolsonaro pede visto de turista para estender estadia nos EUA

Atualizado em 30 de janeiro de 2023 às 17:38
O ex-presidente Jair Bolsonaro em Orlando
Foto: Reprodução

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) solicitou um visto de turista de seis meses para permanecer nos Estados Unidos e evitar a sua volta para o Brasil, segundo o jornal britânico Financial Times.

O pedido de Bolsonaro foi recebido pelas autoridades norte-americanas na última sexta-feira (27), segundo seu advogado, Felipe Alexandre, que revelou ao jornal a pretensão do ex-presidente em estender a sua estadia nos EUA.

O pedido de visto acontece em meio às dúvidas sobre quanto tempo Bolsonaro pretende permanecer na Flórida, o que tem gerado um desconforto na Casa Branca após os atos golpistas de 8 de janeiro em Brasília. O ex-presidente está nos EUA desde 30 de dezembro, antevéspera do fim de seu mandato.

Veja os principais trechos da matéria:

Bolsonaro está enfrentando várias investigações no Brasil – tanto por supostas irregularidades durante seu mandato presidencial de quatro anos quanto para determinar se ele foi o culpado por uma insurreição em Brasília no início deste mês lançada por apoiadores que rejeitaram sua derrota eleitoral.

Bolsonaro viajava com um visto A-1, reservado a diplomatas e chefes de estado. Expirou no dia em que ele deixou o cargo, com 30 dias de carência.

Há sinais de que sua presença nos Estados Unidos está se tornando desconfortável para o governo Biden. No início deste mês, 41 membros democratas do Congresso assinaram uma carta instando o governo a revogar o visto de Bolsonaro.

Alexandre disse que não há evidências de que Bolsonaro tenha cometido qualquer crime relacionado aos distúrbios em Brasília, nos quais o Congresso, o palácio presidencial e o Supremo Tribunal Federal foram saqueados.

Enquanto Bolsonaro condenou os tumultos por terem “passado dos limites”, ele regularmente incentiva o “direito de protesto” de seus apoiadores.

Bolsonaro, disse Alexandre, pode eventualmente decidir solicitar um visto americano mais permanente do que a extensão de seis meses que ele está buscando.

Flávio Bolsonaro, senador e filho mais velho do ex-presidente, disse no sábado que não há estimativa para o retorno de seu pai ao Brasil.

“Pode ser amanhã, pode ser daqui a seis meses, ele nunca mais pode voltar. [Mas] ele não tem medo porque não tem responsabilidade pelo que aconteceu no Brasil.”

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