O atleta Wallace, jogador de vôlei do Sada/Cruzeiro e da Seleção Brasileira, é assumidamente bolsonarista há alguns anos. Mas, na noite desta segunda-feira (30), o jogador ultrapassou o nível da civilidade.
Em postagens realizadas nos stories de seu perfil no Instagram, Wallace primeiro postou uma foto sua segurando um revólver calibre 12 e, na janela seguinte, postou a seguinte enquete: “Daria um tiro na cara do Lula com essa 12?”
O jogador apagou o post rapidamente, mas o print rodou com força nas redes sociais durante a madrugada desta terça-feira (31). A repercussão na manhã de hoje foi imediata. Não só no meio esportivo.
O Cruzeiro, clube onde Wallace atua, postou uma nota oficial pedindo desculpas pela atitude do atleta, mas, até o momento, não anunciou nenhuma punição. A Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), também repudiou a ação.
O Ministro da Secretaria de Comunicação Social do Governo Lula, Paulo Pimenta (PT) anunciou que a Advocacia Geral da União (AGU) foi acionada para tomar providências contra o jogador.
Não é a primeira vez que o medalhista olímpico duas vezes pela Seleção Brasileira se envolve em polêmicas relacionadas ao seu pensamento político. Em torneio em 2018, o atleta, junto de seu ex-companheiro e hoje deputado bolsonarista Maurício Souza, tiraram uma foto fazendo o número 17, o da campanha de Bolsonaro, com as mãos. Após a modalidade sofrer cortes com o fim do Ministério do Esporte, o jogador foi criticado.
Tanto Wallace, quanto Maurício, deram ao time masculino do Brasil a fama de apoiador da extrema-direita. A postagem criminosa de agora é mais um elemento nessa escalada. A própria Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), faz vistas grossas às manifestações de atletas alinhados com o fascismo, mas é rigorosa em outras oportunidades, como quanto a jogadora de vôlei de praia Carol Solberg soltou um grito de “Fora Bolsonaro” após uma etapa do Circuito Brasileiro. A atleta acabou sofrendo punições do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) e foi imediatamente repudiada por sua confederação.
Quando Ana Moser, capitã da seleção feminina nas décadas de 1980 e 1990, assumiu o Ministério do Esporte, em janeiro deste ano, a Confederação não enviou representantes para sua posse e nem postou nota dando os parabéns para a ex-atleta. No entanto, dias depois, quando a jogadora bolsonarista Key Alves entrou para o Big Brother Brasil, a conta da entidade celebrou com toda a pompa.
O vôlei, que por méritos atingiu o status de segundo esporte para o brasileiro, tem hoje sua imagem atrelada ao reacionarismo brasileiro. E muitos de seus expoentes, como Wallace, fazem questão de não se dissociar dessa imagem.