Na manhã desta quinta-feira (2), o senador bolsonarista Marcos do Val (Podemos), após relatar a proposta do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para envolvê-lo em um golpe de estado, apresentou diversas versões diferentes sobre o que foi conversado no encontro, em uma tentativa de isentar o ex-capitão. A responsabilidade foi depositada no terceiro membro da reunião, o ex-deputado Daniel Silveira, preso hoje pela Polícia Federal.
Na madrugada de hoje, o senador informou sobre o plano do ex-presidente que, segundo ele, foi recusado e denunciado às autoridades competentes. O parlamentar, então, após uma onda de ataques, havia comentado sobre sua eventual renúncia e o retorno aos Estados Unidos.
O senador teria sido coagido a fazer parte de um plano arquitetado por Bolsonaro, para conseguir anular o resultado das eleições e impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT): grampear conversas com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Alexandre de Moraes.
Em uma reunião no Palácio do Alvorada, a residência oficial do presidente, ao lado de Bolsonaro e do deputado bolsonarista Daniel Silveira (PTB), preso na manhã de hoje, o senador recebeu a proposta.
Porém, em pouco tempo depois, a confusão tomou forma. Segundo a Folha de S.Paulo, em uma entrevista com o jornal, o senador recuou na acusação e disse que Bolsonaro “só ouviu” o plano de Silveira e, então, disse que iria pensar sobre. O ex-capitão não tomou frente da situação.
O senador ainda não conseguiu se “lembrar” onde foi o encontro. Em primeiro momento, falou sobre o Alvorada, mas que estava em dúvida e que achava que poderia ter sido no Palácio do Jaburu, residência oficial da vice-presidência. Pouco tempo depois, mencionou a Granja do Torto, segunda residência da presidência. Ainda não se sabe qual foi, ao certo, a residência do encontro.
Marcos vem apresentado uma certa “bagunça” em suas decisões. Na madrugada de hoje, ele comentou sobre sair de seu cargo, mas, pela manhã, ao conversar com a deputada Janaina Paschoal (PRTB), segundo ela, o homem negou renunciar e disse que se manteria no cargo.
Em uma mensagem encontrada durante as investigações, supostamente enviada pelo ex-deputado preso para o senador, revela o plano golpista “elaborado” por Silveira. Do Val informou que recebeu a mensagem depois da reunião. O encontro havia sido marcado em uma reunião no Senado.
Apesar da confusão, para uma versão “definitiva”, Moraes, autorizou a Polícia Federal (PF) a recolher, até a próxima terça-feira (7), o depoimento do senador Marcos do Val (Podemos) no inquérito sobre os atos golpistas em apoio ao ex-presidente.
Veja a mensagem: