A Polícia Federal (PF) paralisou as investigações contra Milton Ribeiro, ex-ministro da Educação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), desde houve suspeita de uma interferência do ex-capitão e de antigos membros da cúpula da corporação no caso.
De acordo com informações da Folha de S.Paulo, a suspeita veio à tona no dia seguinte ao da prisão. Desde então, nenhuma outra diligência foi realizada dentro das investigações. Além disso, nenhuma análise dos arquivos e extratos obtidos após quebras de sigilo telefônico e bancário dos investigados foram feitas.
A suposta interferência do ex-presidente no caso veio após mensagem do delegado do caso, enviada a colegas, e a divulgação de interceptação telefônica de Milton Ribeiro. Bolsonaro havia dito a ex-ministro, no dia 9 de junho de 2022, que estava com “pressentimento” de que iriam atingi-lo por meio da investigação contra seu ex-auxiliar.
O delegado federal responsável pela investigação e prisão de Ribeiro, Bruno Calandrini, também enviou a colegas uma mensagem na qual teria dito que houve “interferência na condução da investigação”. No texto, ele destaca que a investigação foi “prejudicada” em razão de tratamento diferenciado dado pela polícia ao ex-ministro.
Ainda segundo a Folha, Calandrini levou ao STF duas representações em que acusa a então cúpula da PF de Bolsonaro de tentar blindar os investigados e a relação deles com o ex-presidente e o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres.
Ele ressaltou que os telefonemas e emails indicam que a cúpula da Polícia Federal tentou mudar o local de prisão do pastor Arilton Moura, que também foi preso na época, com o objetivo de levá-lo à sede da superintendência da PF no Pará.
Diante disso, a polícia ainda não conseguiu, por exemplo, investigar os caminhos do dinheiro que possa ter chegado aos suspeitos e nem avançar sobre detalhes do circuito político que permitiu a explosão de liberação de obras sem critérios técnico no órgão do MEC.
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