Walter Delgatti Neto, hacker que ficou famoso com a Vaza-Jato, participou de um plano para grampear o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Ele foi acionado pela deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e por Jair Bolsonaro (PL).
Uma fonte anônima revelou ao The Brazilian Report que Delgatti procurou sua ajuda para invadir o celular do ministro. Em áudios trocados via Telegram, os dois hackers combinaram que o pagamento pelo serviço não poderia ser feito por PIX, mas com bitcoin ou dinheiro vivo. Delgatti prometeu até 10 mil reais pelo serviço. Segundo ele, haveria “um pessoal pagando por trás”.
Em conversas gravadas pela jornalista Amanda Audi, o hacker confirmou que se trata de sua voz. “Então a matéria é essa: Delgatti encomendando um hack contra o Alexandre de Moraes”, disse a repórter. “Perfeito, é a verdade”, respondeu Walter.
Delgatti também disse que presta serviço para Zambelli desde agosto de 2022. Segundo ele, ganha R$ 6 mil para gerir as redes sociais da deputada.
Delgatti disse que presta serviço para a deputada bolsonarista Carla Zambelli. Segundo ele, ganha R$ 6 mil para gerir as redes sociais da deputada.
Detalhe: ela teve as redes sociais bloqueadas até recentemente, e ele foi impedido pela justiça de sequer acessar a internet. pic.twitter.com/mIMy8H2ZE0
— The Brazilian Report (@BrazilianReport) February 7, 2023
O hacker teve um encontro com Zambelli no dia 10 de agosto do ano passado. Ele teria sido recebido discretamente no Palácio da Alvorada por ela e pelo então presidente. Bolsonaro teria alegado que já havia conseguido interceptar mensagens trocadas entre Moraes e servidores do Poder Judiciário, nas quais o magistrado estaria discorrendo sobre supostas vulnerabilidades das urnas eletrônicas e uma preferência por Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
No mesmo período, enquanto não chegavam a ele novas informações sobre a operação, Delgatti procurou um funcionário da operadora de telefonia TIM e ofereceu a ele dinheiro para que ajudasse no grampeamento ilegal do ministro, fornecendo um chip com o mesmo número do usado por Moraes. O funcionário da operadora não aceitou participar do plano.
Procurada, Zambelli negou o envolvimento com o hacker. Depois, ao saber que o hacker gravou a informação, disse apenas que “não tem qualquer relação com Walter no que tange grampear o Moraes”.
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