Caixa pode ter favorecido Bolsonaro durante período eleitoral; entenda

Atualizado em 14 de fevereiro de 2023 às 12:20
O ex-presidente Jair Bolsonaro – Foto: Anderson Riedel/PR/Flickr

Segundo dados obtidos pelo UOL, a Caixa Econômica Federal disponibilizou 99% de toda sua carteira de crédito consignado do Auxílio Brasil de 2022 durante o período eleitoral. Os números, no entanto, reforçam suspeitas sobre o uso do banco estatal para beneficiar o candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL).

Do início do primeiro turno até o segundo, a Caixa concedeu R$ 7,595 bilhões para 2,9 milhões de beneficiários do programa de transferência de renda, ou seja, 99% do total de 2022. Já após as eleições, até o final do ano, foram liberados R$ 67 milhões para 53 mil pessoas, o que equivale a 1% desses beneficiários.

“Os dados evidenciam o uso da máquina pública para uma finalidade claramente eleitoral. Não faz nenhum sentido uma política de crédito cuja concessão se dá durante o período das eleições e depois para”, diz Renato Ribeiro de Almeida, coordenador acadêmico da Academia Brasileira Eleitoral.

“É algo circunstancial, que mostra uma tentativa de fazer de tudo para conseguir a reeleição de Bolsonaro. A penalidade mais provável é que o ex-presidente seja condenado na Justiça Eleitoral à inelegibilidade por oito anos.”

A Caixa insistiu publicamente que o consignado seguia ativo. Porém, foi revelado pelo UOL que o banco mudou regras e cortou o empréstimo após a derrota de Bolsonaro. O banco estatal, por sua vez, disse que “atuou conforme autorizações legais emitidas pelo então Ministério da Cidadania”.

Vale destacar também que o ex-capitão chegou a fazer propaganda do consignado usando canais oficiais da campanha, o que pode configurar uso do programa de crédito para promoção da candidatura. Em caso de condenação, as penalidades previstas vão desde multa até a inelegibilidade.

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