Jair Bolsonaro afirmou que voltará ao Brasil em março. O ex-presidente está nos Estados Unidos desde 30 de dezembro, dois dias antes do fim de seu mandato, e quer voltar ao país para liderar a oposição a Lula. Em entrevista, disse que o movimento de direita “não está morto”.
O ex-presidente admitiu sua derrota nas eleições de 2022, dizendo que “perder é parte do processo”, mas insiste em conspirações. “Não estou dizendo que houve fraude, mas o processo foi enviesado”, reclamou ao Wall Street Journal.
Na semana passada, Bolsonaro anunciou que voltaria ao Brasil “nas próximas semanas”, mas sem especificar a data. A declaração ocorreu em entrevista ao podcast “The Charlie Kirk Show”, do militante de extrema-direita Charlie Kirk.
Questionado sobre os atos terroristas de 8 de janeiro, o derrotado, que já estava na Flórida na data, reinvindicou sua inocência: “Eu nem estava lá, e eles querem me culpar!”
Apesar de “consternado” com a violência, por ele condenada na época em um post no Twitter, sustentou que seria errado afirmar que os ataques representavam uma tentativa de derrubar o governo de Lula.
“Golpe? Que golpe? Onde estava o comandante? Onde estavam as tropas, onde estavam as bombas?”
O ex-presidente vê-se como o líder inconteste da direita brasileira: “não há mais ninguém no momento”.
Perguntado sobre a visita de Lula aos EUA, o extremista desdenhou: “Lula só veio aqui para ser o centro das atenções”.
Na entrevista, ele declarou-se se arrependido de suas declarações durante a pandemia de Covid-19 no Brasil dizendo que se vivesse a situação novamente, “não diria nada, deixaria o problema para o ministro da Saúde”.
A pandemia matou quase 700 mil pessoas no país e foi chamada de “gripezinha” pelo então mandatário. Ele também foi contrário às vacinas contra a doença, alegando que quem fosse imunizado poderia “virar um jacaré”.
Questionado acerca da declaração sobre os imunizantes, ele respondeu: “Foi apenas uma figura de linguagem… e eu levei uma surra por isso”.
Por fim, o líder do clã Bolsonaro demonstrou preocupação com uma eventual prisão: “Uma ordem de prisão pode surgir do nada”, disse o ex-mandatário, que contou aos jornalistas do WSJ o caso de Michel Temer, que chegou a ser preso, por pouco tempo, após o término de seu mandato, por denúncias de corrupção.
A ex-primeira-dama deixou os Estados Unidos no fim de janeiro. Michelle Bolsonaro desembarcou no Aeroporto de Brasília no dia 26.
Abaixo, o vídeo postado pelo WSJ sobre a entrevista: