Relatório oficial realizado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Cidadania revelou que o número de famílias unipessoais beneficiárias do Auxílio Brasil mais que dobrou ao longo de 2022.
Segundo o levantamento, o grupo de famílias unipessoais, formado por famílias com um único membro, é descrito como um dos com maior potencial para recebimento indevido do benefício à partir de informações falsas sobre a estrutura das famílias beneficiárias.
O projeto Auxílio Brasil se trata de uma modificação do programa criado no primeiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o Bolsa-Família. Jair Bolsonaro (PL) renomeou o programa e fez algumas mudanças para engajar mais eleitores.
Desde o final do ano passado, o programa “criado” por Bolsonaro durante sua gestão vem sendo analisado por desconfiança de que as mudanças implementadas facilitem declarações falsas sobre a composição familiar. O problema estaria na possibilidade de integrantes de uma mesma família se registrarem separadamente para obter mais recursos.
O relatório apontou que, um ano após a implementação das mudanças, houve um aumento de 156% no crescimento de beneficiados neste grupo. O ministério afirmou que cerca de 1,7 milhão destes cadastros unipessoais podem ter sido feitos de forma equivocada.
Em um relatório publicado ainda no ano passado, o ministro relator do caso, Augusto Sherman, alertava para as possíveis consequências desta questão no programa.
“Esse comportamento acaba por gerar distorções ainda maiores, pois enquanto uma família de adultos pode se fragmentar em tantas famílias quanto pessoas forem constituindo diversas famílias unipessoais, uma família com crianças e adolescentes não tem a mesma capacidade”, alertou Sherman.
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