O Ezequias era traficante de madeiras. Um dos autores da chacina de Sinop, com sete mortos. O que morreu em confronto com o Bope do Mato Grosso, segundo o Bope.
Um jogo de sinuca não é só um jogo de sinuca.
Tirando o site mato-grossense Olhar Jurídico, não vi essa informação em outros veículos. Ezequias é apresentado como empresário, como bolsonarista. Mas não como madeireiro.
E precisamos chamar os traficantes de madeira ilegal de traficantes. Assim como os traficantes de minérios precisam ser chamados de traficantes de ouro, de cassiterita, de manganês.
Ezequias teve várias empresas nos últimos dez anos. Quase todas de madeira. E já foi flagrado transportando madeira traficada — estamos falando do Nortão do Mato Grosso. Da Amazônia.
Se a gente não conta a atividade do cabra fica parecendo uma briguinha qualquer de sinuca, de gente bêbada. Não era. Era gente apostando alto. Ostentando maços com 10 mil reais.
A pergunta deveria ser simples: de onde vem o dinheiro? No caso do Ezequias, não há dúvidas: madeira. Toras. “Paus”, como dizem as pessoas naquela região. O cara estava apostando toras.
Foi esse tipo de gente que o governo anterior apoiou. Treinada para roubar madeira ou ouro e intimidar, atirar. É o que costumam fazer, por exemplo, com fiscais do Ibama.
Se o capanga não tivesse executado uma menina de 12 anos talvez tivesse ficado por isso mesmo. Como se as pessoas fossem culpadas por estar em um bar.
O tráfico de madeira, a atividade econômica? “Detalhe”.
Atenção, cenas fortes do momento em que o crime está sendo cometido:
https://twitter.com/ailtoseibert/status/1628202475994943488