O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deve demitir o chefe da inteligência da Receita Federal durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), Ricardo Pereira Feitosa, por ter acessado e copiado dados fiscais sigilosos de opositores do ex-presidente. Haddad indicou a sua decisão a integrantes do governo, inclusive da Receita, após receber a recomendação da sua área técnica.
Atualmente Feitosa atua como auditor-fiscal da administração aduaneira da Receita em Cuiabá. O processo de demissão do servidor já está com Haddad, que comunicou a integrantes da Receita que o desligamento de Feitosa do setor público é inevitável.
Então chefe da inteligência da Receita, Ricardo Pereira Feitosa acessou e copiou dados fiscais sigilosos de opositores de Bolsonaro em 2019. As violações foram reveladas pelo jornal “Folha de S.Paulo”.
Após a identificação das pesquisas e cópia de dados, foi instaurada uma sindicância investigativa em março do 2020, que recomendou a abertura de um Processo Administrativo Disciplinar (PAD).
O PAD foi concluído e a demissão do servidor recomendada. Cabe exclusivamente aos ministros de Estado julgar processos administrativos disciplinares e aplicar penalidades, em hipóteses de demissão.
Ao procurar e ter acesso aos dados, um dos alvos de Feitosa foi Eduardo Gussem, que na época era procurador-geral de Justiça do Rio e responsável pelas investigações das chamadas rachadinhas envolvendo o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) no período em que era deputado.
Também foram pesquisados pelo servidor aliados políticos que tinham rompido com Bolsonaro, entre eles Paulo Marinho, que é suplente de Flávio Bolsonaro, e o ex-ministro Gustavo Bebianno, que morreu em março de 2020.