Após ataques transfóbicos do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) no plenário da Câmara na última quarta-feira (8), a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) afirmou nesta sexta-feira (10) que se sentiu “violentada”. Durante entrevista ao programa Sem Filtro, do UOL, a parlamentar ainda disse que está “pronta para ir para cima” do bolsonarista.
“Não tive um minuto de paz desde então e isso é extremamente cansativo. De fato, me bateu de uma forma bem negativa isso que aconteceu porque me senti violentada e agredida. Senti minha comunidade, minha luta e minha voz serem utilizadas naquele espaço como forma de chacota”, afirmou a deputada.
No Dia Internacional da Mulher, Nikolas foi à tribuna da Casa e colocou uma peruca loira para ironizar as mulheres transexuais. “Hoje me sinto mulher”, debochou. “As mulheres estão perdendo espaço para homens que se sentem mulheres”, disse.
Diante das falas transfóbicas do parlamentar, Erika criou um abaixo-assinado que já ultrapassou 150 mil assinaturas pedindo a cassação de Nikolas.
Na entrevista, Hilton também falou sobre o “timing político” e a necessidade de se posicionar mesmo abalada com a situação. “A gente precisa responder, dar entrevista, fazer vídeo, gravar stories e falar. Mesmo baqueada, mesmo ainda constrangida, precisa dar uma resposta e falar com a imprensa, então veja como a violência é perversa e cruel. Mesmo sendo vítima e atingida por um crime, precisamos estar plenas e elaborando sobre aquela violência”, desabafou.
“Agora já estou bem e pronta para ir para cima dele, mostrar que não nos intimidará e que nossa chegada no Congresso não é figurativa. Não estamos brincando no parlamento. Me senti mal, mas precisei continuar porque, como sempre na nossa história, não temos tempo de parar para sentir nossas dores”, afirmou Erika.