O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira (10) que a campanha de reeleição de Jair Bolsonaro (PL) “bagunçou a economia” e custou R$ 300 bilhões ao cofres públicos. Segundo o ministro, as medidas populistas tomadas pelo ex-presidente fizeram o mercado cobrar taxas cada vez maiores para rolar a dívida.
A declaração foi dada durante entrevista à CNN Brasil.
“O governo anterior tomou medidas populistas em relação aos gastos, durante a eleição, e isso fez mercado começar a cobrar taxas de juros maiores. Bagunçou a economia. A eleição de Bolsonaro custou R$ 300 bilhões. Hoje, vimos um pequeno aperitivo disso, que são R$ 30 bilhões”, afirmou o ministro, em referência ao acordo fechado pela Fazenda com os governos estaduais para ressarcimento de perdas com o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).
Essa despesa de R$ 300 bilhões foi realizada no contexto de um projeto político de interesse e benefício próprio de Bolsonaro.
“Até o negócio das joias da Michelle [Bolsonaro] entrou nessa bagunça”, disse Haddad, sugerindo que o que o ex-mandatário criou cargos em outros países para alocar dirigentes da Receita Federal na tentativa de reaver as joias sauditas apreendidos na alfândega. “O final do governo Bolsonaro foi a coisa mais anti-republicana que se tem notícia”, acrescentou.
Sobre as joias, Haddad disse ainda que prefere chamar o caso de “roubo”. “O servidor que impediu esse descaminho, peculato, roubo, prefiro tratar como roubo, pode não ser tipificado assim, mas como é isso, um presidente da República surrupiar uma joia presenteada por outro governo. Não tem o menor cabimento”, afirmou.