A superintendência da Polícia Federal (PF) de São Paulo irá passar um “pente-fino” na lista de presentes recebidos pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao longo dos quatro anos de seu governo. Isso ocorre após vir à tona o escândalo das joias sauditas avaliadas em R$ 16,5 milhões apreendidas pela Receita Federal.
De acordo com informações da colunista Bela Megale, do jornal O Globo, os delegados da PF que comandam o inquérito sobre as joias recebidas da ditadura da Arábia Saudita pelo governo do ex-capitão já estão avaliando a relação de presentes requisitada do Palácio do Planalto.
A verificação tem como objetivo saber se mais algum objeto valioso recebido pelo ex-chefe do Executivo em suas viagens oficiais foi incluído indevidamente entre os itens considerados “personalíssimos”. Vale destacar que Bolsonaro ganhou cerca de 19,7 mil itens durante sua gestão.
Pela lei, objetos valiosos recebidos como presente de chefes de estado ou autoridades de outros países em visitas oficiais devem ser incorporados ao patrimônio da União. Entretanto, isso não ocorreu com os dois conjuntos de joias que o governo do ex-mandatário recebeu.
Na última semana, o ministro do TCU Augusto Nardes decidiu que Bolsonaro está proibido de usar ou vender esse conjunto de joias. A decisão, no entanto, repercutiu mal dentro da Corte de Contas, pois o entendimento do tribunal é o de que as joias não são itens personalíssimos e assim, devem ficar com o patrimônio da União.
Ainda segundo o jornal O Globo, ministros afirmaram que pretendem derrubar a decisão de Nardes e ordenar que o ex-capitão devolva as joias sauditas imediatamente.