Segundo uma fonte próxima ao Itamaraty, o diplomata Benoni Belli foi o nome escolhido pelo governo para substituir Otávio Brandelli, que vinha representando o Brasil na Organização dos Estados Americanos (OEA) e que foi secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores do governo Bolsonaro. A nomeação ocorrerá após sabatina no Senado Federal.
A decisão era aguardada nos bastidores e vista como fundamental para que o governo Lula enviasse uma mensagem para Luis Almagro, atual secretário geral da OEA cuja postura tem sido considerada “cada vez mais à direita”.
Amargos, inclusive, foi acusado de “promover” golpes na Bolívia e na Venezuela e é chamado de “marionete dos Estados Unidos”. Ele também recebeu, em Washington, uma delegação do Foro de Madrid, um cartel de grupos políticos de extrema-direita, organizado pelo partido VOX da Espanha.
O cargo de representante do Brasil na OEA é considerado de prestígio e tem importantes implicações políticas. Por isso, a saída de Brandelli era vista como necessária e fundamental.
Diplomata de carreira desde 1994, Belli atualmente exerce a função de Cônsul-Geral do Brasil em Chicago (EUA). Ao longo da carreira, serviu nas Embaixadas do Brasil em Washington, Argel e Buenos Aires. Também atuou na Missão do Brasil junto às Nações Unidas em Nova York. No Ministério das Relações Exteriores em Brasília, exerceu recentemente as funções de Diretor do Departamento de Estados Unidos da América (2019 a 2020) e Secretário de Planejamento Diplomático (biênio 2017-2018).