Preso no Paraguai, bolsonarista Bismark Fugazza leu carta golpista na Câmara e fugiu do Brasil

Atualizado em 17 de março de 2023 às 20:05
Bismark Fabio Fugazza, do canal Hipócritas. Foto: Reprodução

Preso na tarde desta sexta-feira (17) pela polícia do Paraguai, o militante bolsonarista Bismark Fugazza, do Canal Hipócritas, foi o responsável por ler uma carta golpista na Câmara dos Deputados em dezembro do ano passado.

Na época, apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) invadiram a Câmara e leram uma carta-manifesto exigindo que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), determinasse a abertura de um processo de impeachment contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Os bolsonaristas também pediram a anulação das eleições.

O humorista estava no país desde o fim de 2022, quando o ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou sua prisão. Fugazza é acusado de ter promovido atos golpistas contra a posse do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Após a determinação de Moraes, o blogueiro Oswaldo Eustáquio, Paulo Souza e Bismark fugiram do país de avião. “É a missão mais importante da nossa história e provavelmente do Brasil”, diz Paulo após Eustáquio dar corda. “A gente vai contribuir com um grãozinho de areia para a vitória. Eu confio no capitão”, completa o blogueiro.

Apesar de estar foragido da Justiça brasileira, ele havia divulgado nas redes sociais que estava no Paraguai para ajudar na campanha de um candidato conservador à presidência do país sul-americano, Santiago Peña. Em postagens constantes, Bismark também usava as redes para criticar o atual governo e propagar notícias falsas.

Em um documento protocolado em dezembro, Fugazza, Souza e Eustáquio denunciaram Moraes à Corte Interamericana de Direitos Humanos.

O trio acusava o magistrado de violar “os direitos de liberdade de expressão” no país, com “várias prisões temporárias decretadas ilegalmente”. Na ação, eles também denunciaram a aplicação de “multas desproporcionais” aos brasileiros, sem o devido processo legal.

Em julho do mesmo ano, Bismark foi indiciado junto com outros sócios do canal por crime de racismo qualificado após fazerem analogia entre pessoas não vacinadas contra a Covid-19 e os judeus, vítimas de genocídio na 2ª Guerra Mundial.

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