Advogados do PT fazem contas há meses para medir, com relativo grau de segurança, o placar caso o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decida julgar uma das 16 ações na corte contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A informação é da Veja.
Nos últimos julgamentos, com placar apertado, o TSE tem aplicado derrotas a Bolsonaro – geralmente por 4 votos a 3. Dessa forma, as alterações previstas nos próximos meses são vistas como determinantes para reverter os resultados desfavoráveis ao ex-presidente.
Ao contrário dos advogados de Bolsonaro, que estudam alternativas jurídicas para protelar o julgamento, opositores do ex-presidente se empenham para julgá-lo ainda neste semestre.
A legenda quer que a primeira das ações – protocolada pelo PDT – seja julgada ainda neste semestre. A ação proposta pela sigla, em agosto de 2021, é considerada pelo entorno de Bolsonaro como o processo com maior risco para torná-lo inelegível. Nela, o ex-chefe do Executivo é acusado de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.
O motivo da agilidade do julgamento se deve as trocas previstas na Corte nos próximos meses. A partir de maio, o ministro Kássio Nunes Marques, indicado por Bolsonaro ao Supremo em 2020, assume uma vaga de titular no tribunal.
Meses depois, o corregedor-geral Benedito Gonçalves, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), também deixará o cargo compulsoriamente, abrindo vaga para o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Raul Araújo, considerado bem menos belicoso em casos eleitorais.
Desta forma, iminência da dança de cadeiras interessa diretamente aos petistas porque, a preço de hoje, eles calculam ter no tribunal uma estreita maioria de quatro votos a três pela inelegibilidade.