O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), considerou o comportamento do youtuber bolsonarista Bismark Fugazza, do canal Hipócritas, como “gravíssimo” e disse ele poderia colocar em risco a vida do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segundo a coluna de Aguirre Talento, no UOL.
Bismark foi preso na última sexta-feira (17), enquanto tentava se refugiar no Paraguai. A polícia paraguaia localizou ele em Assunção, capital do país, e o entregou à Polícia Federal na fronteira, em Foz do Iguaçu (PR), onde o youtuber foi detido e levado para a delegacia da PF no município.
O advogado de Bismark, Levi de Andrade, diz que já solicitou a revogação da prisão dele e nega que ele tenha incentivado ataques ao STF e ao presidente Lula.
Na decisão, Moraes afirmou que “efetivamente, o investigado incentiva a prática de violência contra o presidente e vice-presidente eleitos e contra os ministros do Supremo Tribunal Federal”.
Após o resultado da eleição presidencial no ano passado, o bolsonarista vinha defendendo que Lula não assumisse a Presidência da República.
O ministro também cita uma carta lida pelo bolsonarista durante uma invasão à Câmara dos Deputados, na qual ele defendeu “a tomada de Brasília e a paralisação de todo o Brasil”.
“As manifestações, discursos de ódio e incitação à violência se destinam a corroer as estruturas do regime democrático e a estrutura do Estado de Direito, contendo, inclusive, ameaças a pessoas politicamente expostas em razão de seu posicionamento político contrário no espectro ideológico”, afirmou Moraes.
O magistrado determinou ainda a adoção de medidas para aprofundar a investigação de atos antidemocráticos envolvendo Bismark, como a expedição de um ofício para o WhatsApp determinando o “monitoramento online das mensagens enviadas e recebidas” pelo bolsonarista, além de interceptação telefônica e quebra de sigilo telefônico.
Por último, o ministro oficiou o Banco Central para bloquear as contas bancárias de Bismark e determinou a quebra do sigilo bancário do ano de 2022, para verificar possíveis financiadores dos atos golpistas.
Em dezembro, Moraes determinou a prisão de Bismark e também do blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio. Ambos fugiram para o Paraguai. Eustáquio não foi detido na sexta porque deu entrada em um pedido de refúgio no país vizinho, o que impediu a sua expulsão.