Militares bolsonaristas ignoram regra e seguem politicamente ativos nas redes

Atualizado em 26 de março de 2023 às 19:48
Militares em formação. (Foto: Reprodução)

Integrantes das Forças Armadas que se licenciaram para disputar as eleições de 2022, em sua maioria alinhados ao bolsonarismo, retornaram ao serviço no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sem deixar de fazer manifestações de cunho político.

Um levantamento realizado pelo jornal O Globo identificou 56 militares da ativa candidatos no ano passado, desses ao menos 31 fizeram campanha para o o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Do total de militares que foram candidatos, pelo menos 30 voltaram às atividades militares após a disputa eleitoral. Em busca de tentar frear a politização dos quartéis, o Ministério da Defesa estuda uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para exigir que militares deixem definitivamente a caserna quando se candidatarem a cargos eletivos.

Como a legislação permite candidaturas, mas veta filiação partidária para integrantes das Forças Armadas, os militares da ativa só podem se juntar a uma sigla nas convenções partidárias, dois meses antes da eleição, após se licenciarem para concorrer.

Partidos aliados de Bolsonaro foram os que mais abrigaram candidatos militares em 2022. O Republicanos, sigla que fez parte da coligação de Bolsonaro, teve oito candidaturas, seguido pelo PTB, com sete. O PL, sigla do ex-presidente, lançou seis militares da ativa. Dos 56 militares que tiveram candidaturas autorizadas pela Justiça Eleitoral, cinco passaram à reserva.

A Constituição permite que militares com mais de dez anos de serviço retornem às atividades depois de se candidatar ou passem à reserva se forem eleitos. Caso o tempo de serviço seja inferior, a legislação exige o afastamento da atividade.

Os comandantes de Exército, Marinha e Aeronáutica expediram recomendações, nas últimas semanas, para que militares ativos cancelarem filiações que ainda estejam em vigor.

Na terça-feira (21), Lula disse em em entrevista que tem a intenção de modificar a legislação para impedir este retorno ao serviço ativo. De acordo com o presidente, há um esforço de sua gestão e dos três comandantes para “despolitizar as Forças Armadas”.

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