Professora esfaqueada em ataque a escola de SP diz que agressor tinha “perfil violento”

Atualizado em 28 de março de 2023 às 16:10
Professora Rita Cássia Reis
Foto: Reprodução/Metrópoles

A professora Rita Cássia Reis, que levou três facadas no braço durante o ataque a escola estadual Thomázia Montoro, na Vila Sônia, zona oeste de São Paulo, disse que o aluno de 13 anos que realizou atentado tinha um “perfil violento”.

“Era quieto, mas agressivo, não levava desaforo, briga por qualquer coisa. Ele foi nosso aluno, foi embora para Taboão, e voltou depois. Sou professora de história, meu conhecimento de psicologia e pedagogia é pouco, não saberia traçar um perfil. Mas sei que é um perfil violento, agressivo. Não conosco, mas com os colegas sim”, disse a educadora ao Metrópoles.

Mesmo após levar as facadas e precisar de 30 pontos para fechar os ferimentos, Rita fez questão de comparecer ao enterro da professora Elisabeth Tenreiro, de 71 anos, nesta terça-feira (28).

Corpo da professora Elisabeth Tenreiro foi enterrado nesta terça no Cemitério do Araçá, em São Paulo
Corpo de Elisabeth Tenreiro foi enterrado no Cemitério do Araçá, em São Paulo. Foto: Maria Isabel Oliveira/Agência O Globo

Rita, que também era tutora do adolescente que matou Elisabeth e deixou mais três pessoas feridas além dela, disse que o aluno não comentava sobre seus problemas. “Ele nunca relatou nada, era muito quieto. Não falava da casa dele, nem dos problemas da escola, de bullying. Falava que era nada”, explicou.

A professora lembra do momento em que foi atacada pelo adolescente: “Ele me esfaqueou. Eu escutei barulho no corredor, abri a porta da sala onde estava dando aula e vi movimentos, as crianças correndo. Minha ideia no começo era falar para as crianças pararem de correr, não sabia o que estava acontecendo. Aí ele veio para cima de mim. Ficam várias dúvidas na cabeça: e se eu não tivesse aberto a porta?”.

“Agradeço a Deus por estar viva. Nunca tinha presenciado caso de violência assim contra professor. Entre eles, brigam muito. É bem comum, normal não é a palavra. Eles brigam, é a idade, está se descobrindo. Eles brigam”, afirmou Rita.

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