A defesa do senador Sergio Moro (União Brasil-PR) afirmou que o foro especial concedido no Supremo Tribunal Federal (STF) é um “odioso privilégio” que não pretende usar e que a suposta extorsão citada por Tacla Duran está ligada ao período em que ele atuava como juíz federal da Lava Jato, e não como senador.
Moro deixou seu cargo de juíz ainda em 2018 para assumir ministério na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O senador por meio de seus advogados, disse que prefere “ser processado e julgado durante seu mandato de senador como qualquer cidadão comum perante um juiz de primeira instância, desde que imparcial”.
Na mesma petição, a defesa de Moro cobra que o juiz Eduardo Appio analise de imediato o pedido de suspeição feito contra ele pelo Ministério Público Federal (MPF) no início do mês, além de ter realizado uma série de críticas à atuação do novo juiz da Lava Jato.
Eduardo Appio assumiu a 13ª Vara Federal em fevereiro deste ano e declarou contestar os métodos utilizados por Moro na época da Lava Jato.
“[O juiz Appio] realizou audiência [com Tacla Duran] cujo único propósito foi colher notícia crime “requentada” envolvendo parlamentares federais (…). A prática desses atos processuais extravagantes e a demora ilegal em apreciar a suspeição apenas robustecem as preocupações do Ministério Público Federal que motivaram a exceção”, disse trecho do documento apresentado pela defesa de Moro.
A petição de Moro, assinada pelo advogado Luis Felipe Cunha, foi protocolada por volta das 23h da última terça-feira (28).
Na segunda-feira (27), durante audiência, Tacla Duran disse ao juiz Appio que houve perseguição do ex-procurador Deltan Dallagnol, hoje deputado federal pelo Podemos-PR, por não ter aceitado uma extorsão praticada por pessoas próximas a Moro.
O juiz Appio disse na audiência que o assunto seria de competência do STF, devido ao foro especial dos citados por Tacla Duran. Foi com tal justificativa que Appio não pediu detalhes a Tacla Duran sobre o que ele tentava narrar.
Tacla Duran é réu acusado de lavagem de dinheiro em processo da operação e era considerado foragido das autoridades brasileiras até este mês, quando Appio, que assumiu os casos da Lava Jato em Curitiba em fevereiro, decidiu revogar prisão preventiva que tinha sido decretada quando Moro ainda era juiz.
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