O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira (3) que não vê espaço na sociedade brasileira para o discurso de que será necessário aumentar brutalmente a carga tributária.
Ele citou que aumentos “brutais” só foram vistos na história recente durante a ditadura militar e no período de estabilização do real.
“Ninguém está pensando nisso, não há espaço nem para discutir isso politicamente”, afirmou à GloboNews.
Haddad rebatia o ex-presidente do Banco Central Affonso Celso Pastore, que deu entrevista catastrofista Estadão.
“Corrigir distorções do sistema tributário deveria ser saudado por um liberal. Um liberal deveria aplaudir acabar com o patrimonialismo”, declarou o ministro, lembrado que Pastore é estusiasta da ditadura.
Haddad ainda citou a MP do Carf. “O Brasil é o único país do mundo em que o processo administrativo é contra a Receita, isso é um escândalo. Por que os liberais defendem o que está acontecendo no Carf, no subfaturamento de exportações e paraísos fiscais dentro e fora do Brasil?”
O ministro da Fazenda afirmou ainda que a reforma tributária defendida pelo governo federal propõe uma melhoria na distribuição da carga de impostos sobre setores da economia. A indústria, segundo ele, tende a ganhar com a aprovação da proposta.
“A reforma tributária melhora a distribuição da carga sobre setores da economia, e a indústria tende a ganhar com a reforma, até por representar apenas 11% da economia hoje”, falou.
“Reforma tributária não tem efeito imediato, até para salvaguardar efeitos econômicos de governantes e empresários. Ela tem prazo de transição”.
Haddad: Não vejo muito espaço para discurso de aumento brutal da carga tributária.
Ministro da Fazenda diz que "é hora de cobrar de quem não paga".
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— GloboNews (@GloboNews) April 3, 2023