Na manhã desta terça-feira (4), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se encontrou com o ministro da Educação, Camilo Santana, no Palácio do Planalto, em Brasília. O motivo da reunião seria debater à respeito da confusão instaurada no país acerca da implementação do Novo Ensino Médio.
Vale salientar, no entanto, que apesar das informações de fontes do governo que circularam na imprensa, não houve confirmação oficial do Ministério da Educação (MEC) de que haveria a suspensão do cronograma da reforma e nem de que foi adiada a adaptação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), prevista para 2024.
Escolas, professores e alunos continuam na incerteza de que o sistema educacional, que tanto sofreu nos últimos anos na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), seja ainda mais “sucateado” após a implementação da reforma, que por alguns especialistas, é descrita como retrocesso para o país.
Associações estudantis, sindicatos de professores e educadores ligados a universidades públicas pedem para que Lula tome alguma decisão e impeça a reforma urgentemente. Entretanto, há outro lado, de especialistas em educação não necessariamente da esquerda, que apoiam a reforma.
Camilo se diz contra a implementação mas se mostrou preocupado uma vez que o cenário atual é de grande polarização acerca do assunto. O ministro tentou encontrar um caminho do meio, suspenderia o que falta do cronograma, porque quase tudo já foi feito, e adiaria o novo Enem. Um nova portaria, substituindo a que estava em vigor desde 2021, começou a ser pensada no MEC, mas não foi assinada. No entanto, não há consenso interno no ministério de que essa seria a solução ideal. Há quem acredite que as consultas públicas, criadas pela pasta mês passado, precisam ainda discutir o futuro do novo ensino médio para só depois virem as medidas.
O novo ensino médio começou na maioria dos Estados em 2022 e a execução não será paralisada. Uma parte do currículo continua sendo feita com disciplinas tradicionais, como Português e Matemática, e a outra com os chamados itinerários formativos, que são caminhos que o estudante pode escolher, mesclando áreas, sob o argumento de se aproximar mais do interesse atual dos jovens.
Todos as dúvidas sobre a implementação ou não da reforma devem ser questionadas a Camilo por Lula. O presidente não é especialista em educação e escolheu o cearense para o cargo também por sua conhecida habilidade política.
Especialistas da área alertam que a solução precisa olhar para os estudantes e não para cabos eleitorais. Uma geração inteira de jovens brasileiros espera uma resposta sobre o ensino médio.