VÍDEO: Dino diz que há “múltiplos indícios” de que Torres agiu contra eleitores de Lula em 2022

Atualizado em 4 de abril de 2023 às 13:48
Flávio Dino diz que há “múltiplos indícios” de que Anderson Torres atuou contra eleitores de Lula na disputa presidencial de 2022. Foto: Reprodução

O ministro da Justiça Flávio Dino afirmou que “há múltiplos indícios” de que Anderson Torres, ex-titular da pasta durante o governo Bolsonaro, tentou dificultar a locomoção de eleitores no segundo turno das eleições de 2022. Segundo ele, o ex-ministro elaborou relatórios, planejou viagens e fez determinações para que ocorressem essas “operações atípicas”.

“Desde janeiro esses indícios estão surgindo. Nesta mesma sala em que me encontro agora já houve relatos múltiplos de indícios. Não me cabe evidentemente extrair conclusões desses indícios, isso cabe ao delegado que preside o inquérito e ao Ministério Público e, posteriormente, ao Poder Judiciário”, afirmou Dino em entrevista a Marco Antonio Villa.

Ele ainda diz ter recebido um “indício muito eloquente” da participação de Torres no episódio. “Há múltiplos indícios ou de elaboração de relatórios, de viagens, de comandos, de determinações administrativas. E nós temos o indício muito eloquente, ou seja, o fato ocorreu no dia 31 de outubro, quando houve essas ditas operações atípicas”, prosseguiu.

Para o ministro, esses “múltiplos indícios” podem constituir uma prova contra Torres. “Indícios vários e concordantes constituem prova”, afirmou Dino, citando o professor de direito Hely Lopes Meirelles.

Anderson Torres e Jair Bolsonaro. Foto: Reprodução

Segundo um inquérito policial que está em curso, a área de inteligência do Ministério da Justiça fez um levantamento para mapear os locais em que Lula foi mais votado. Esse estudo teria ajudado na elaboração do planejamento operacional das ações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que fechou diversas estradas do Nordeste, onde Lula liderava.

O ministro diz que aguarda as apurações do caso e aponta que a ação de Torres foi usada para tentar fraudar uma disputa presidencial.

“Vamos aguardar o término das apurações da Polícia Federal visto que constitui um fato de imensa gravidade, porque isso significa um engendramento estatal, governamental, para tentar fraudar uma eleição. Então evidentemente o conjunto do sistema judicial brasileiro vai em algum momento apreciar esses indícios e extrair consequências, que espero que sejam proporcionais, inclusive para garantir que em eleições vindouras esse tipo de artifício não se faça presente”, finalizou.

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