Silvio Almeida, ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, lamentou a chacina que ocorreu em uma creche de Blumenau (SC) nesta quarta (5). Segundo ele, com o ataque, “estamos matando a esperança”.
“Eu tinha preparado algo para falar hoje, falar com muita alegria e muita satisfação de mais um trabalho de retomada de recomposição do ministério, que é justamente o lançamento da cartilha… Só que eu não estou feliz. Hoje não é um dia de festa, hoje é um dia de tristeza”, afirma.
A declaração ocorreu durante a cerimônia do lançamento do Guia de Orientação do Processo de Escolha de Conselheiros Tutelares. Silvio ainda diz que “um mundo que mata crianças” não pode ser considerado “decente”.
“Estamos falhando miseravelmente com as crianças e com os adolescentes, com as crianças que mais precisam de nós nesse país. Nós temos que admitir isso para poder dar um passo para frente. A culpa é da sociedade brasileira, do Estado brasileiro, da maneira como nós temos tratado crianças e adolescentes nesse país há muito tempo”, prosseguiu.
Ele ainda aponta que, apesar do assassinato, “há outros jeitos de matar crianças”, como deixando-as morrer de fome ou sem escola, amparo e proteção.
“Nós falhamos miseravelmente com Bernardo Cunha Machado, de cinco anos; com Bernardo Pabest da Cunha, de quatro anos; com Larissa Maia Toldo, de sete anos; com Enzo Marchesin Barbosa, de quatro anos. Esse é o nome das crianças que foram assassinadas hoje”, avalia.
O ministro diz que “estamos construindo uma sociedade miserável” e culpa o “culto a armamentos” e as redes sociais, que se omitem diante das conspirações espalhadas nas próprias plataformas.
“Nós estamos matando a esperança das pessoas, estamos matando as crianças que aqui estão, os adolescentes, e as crianças que ainda nem vieram, porque nós estamos criando um mundo em que o sonho, em que a esperança não é possível”, completa.
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