Bolsonaro diz à PF que tem mais de 9 mil itens guardados em seu acervo

Atualizado em 5 de abril de 2023 às 22:31
Ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Foto: Reprodução

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quinta-feira (5) que mais de 9 mil itens foram guardados no seu acervo pessoal. Em depoimento à Polícia Federal (PF), o ex-chefe do Executivo disse que está colocando os objetos à disposição do Tribunal de Contas da União (TCU). As informações são da CNN Brasil.

O ex-presidente recebeu a intimação para dar esclarecimentos à PF na semana passada. Ele retornou ao Brasil na última quinta-feira (30), após passar três meses nos Estados Unidos.

Bolsonaro entrou na mira do órgão após o seu ex-ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid, tentar reaver as joias sauditas avaliadas em R$ 16,5 milhões.

As joias teriam sido enviadas como um presente do governo da Arábia Saudita para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Os itens foram retidos no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, após um membro da comitiva do ex-ministro de Minas e Energias, Bento Albuquerque, entrar no país sem declarar as peças.

Além desse pacote, Bolsonaro recebeu outros dois conjuntos de joias do governo saudita. O primeiro foi recebido pela próprio ex-presidente em outubro de 2019.

O segundo, foi recebido junto com as joias enviadas a ex-primeira-dama. O conjunto masculino incluía um relógio, uma caneta, um par de abotoaduras, um anel e um rosário árabe.

Em uma reportagem, publicada na última quinta-feira (30), o jornal O GLOBO listou alguns dos presentes que o ex-mandatário recebeu durante as suas viagens por países do Golfo Pérsico:

Em novembro de 2021, Bolsonaro nos Emirados Árabes um relógio de mesa “confeccionado em prata de lei com banho de ouro, cravejado com diamantes, esmeraldas e rubis” e uma escultura “confeccionada em aço, prata, tendo parte com banho de ouro”.

No Catar, o então presidente recebeu outro relógio de mesa, confeccionado em prata e “tendo partes com banho de ouro”. O presente é avaliado em R$ 97 mil.

O Rolex recebido por Bolsonaro na Arábia Saudita, revelado pelo Estadão, é confeccionado em ouro branco e diamantes, com “pulseira modelo Presidente, com três fileiras de elos semicirculares, com fecho desdobrável”, além de “caixa com mostrador em madrepérola branca, cravejada com diamantes”.

Rolex recebido por Bolsonaro na Arábia Saudita, relógio de mesa feito em prata de lei com banho de ouro ganho nos Emirados Árabes e estojo de relógio. Foto: Reprodução

O ex-presidente também foi presenteado com um colar fabricado por uma joalheria de Minas Gerais. A peça possui um pingente feito com uma ágata preta, em formato circular, tendo um círculo com grânulos em ouro branco incrustado na parte inferior.

Em sua viagem à Hungria, em fevereiro de 2022, Bolsonaro recebeu do primeiro-ministro Viktor Orbán um jogo de chá, confeccionado em porcelana branca esmaltada e composta por duas unidades de pires, duas xícaras, uma cremeira, um bule de chá e um açucareiro. A peça foi estimada em R$ 12.331,91.

O ex-chefe do Executivo também incluiu em seu acervo privado três canetas da marca Montblanc. Uma delas é uma edição especial em homenagem ao Walt Disney cujo preço médio é de R$ 6 mil. A outra é o modelo Meisterstuck Classique, com pena em ouro 14K com incrustação a ródio, e custa, em média, mais de R$ 3 mil. Por fim, há outro item da mesma marca, confeccionada em metal prateado e plástico preto.

Jogo de chá foi presente da Hungria para Bolsonaro. Foto: Reprodução

No acervo privado de Bolsonaro, há também presentes inusitados e de menor valor como um relógio de mesa “em formato de tanque de guerra” ou um “nariz artificial”, feito de látex. Também faz parte dos presentes que ficaram com o ex-mandatário um boneco inflável de 45 centímetros do general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), e diversos itens envolvendo o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Além disso, há mais de 245 itens identificados como “máscara de proteção”, que foi criticada por Bolsonaro durante a pandemia.

Artigos de futebol também ganham destaque no acervo de Bolsonaro. Há mais de 400 camisetas de diferentes times e uma da bola oficial da Copa do Mundo de 2022, autografada pelo jogador Neymar.

O ex-presidente também recebeu uma “miniatura decorativa de fuzil semiautomático” com “balas douradas em seu interior”, uma pistola da marca Taurus e outra do “tipo garrucha, confeccionada em nogueira e metal prateado”.

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