O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o sistema tributário brasileiro é “muito injusto” e que o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pretende corrigir distorções taxando grandes empresas para reduzir os benefícios de superricos que estão “mamando no Orçamento público”.
“Eu, como cidadão, considero muito injusto nosso sistema tributário. Não acho justo fazer recair ajuste [fiscal] sobre quem está precisando de um empurrão para subir na vida, para crescer e para se desenvolver. E manter essas tetas abertas pelo Orçamento, sem transparência”, disse Haddad, nesta quinta-feira (6).
“A minha vontade é listar o que está acontecendo. Para onde está indo o dinheiro público? Quando o cidadão souber o que está acontecendo, ele vai se indignar. ‘O meu salário não sobe para esse bilionário continuar mamando no Orçamento público?'”, acrescentou.
“O Congresso vai pedir a lista e eu vou dar”, afirmou o ministro. “Não estamos falando da pequena empresa, da média empresa, não estamos falando sequer da grande empresa. Estamos falando de enormes empresas”, enfatizou Haddad.
Segundo estimativa da Fazenda, o Brasil possui entre 400 e 500 empresas com “superlucros” beneficiadas por incentivos fiscais “ilegítimos”. Haddad afirmou que o país só conseguirá retomar sua base fiscal se tiver coragem de enfrentar essas distorções.
“Se uma empresa está tendo lucro, por que o governo vai entrar com dinheiro subvencionando essa empresa?” questionou o ministro.