Sob Bolsonaro, corregedor escondeu 23 denúncias contra ex-diretor geral da PRF

Atualizado em 7 de abril de 2023 às 16:54
Wendel Benevides Matos e Silvinei Vasques. Foto: Reprodução

O ex-corregedor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Wendel Benevides Matos, não comunicou à Controladoria-Geral da União (CGU) 23 denúncias envolvendo o seu chefe, o ex-diretor-geral Silvinei Marques. As informações foram divulgadas pelo jornalista Octávio Guedes, do portal g1.

A condição hierárquica obrigava Wendel a comunicar à CGU sobre as possíveis infrações cometidas por Silvinei, no entanto, nenhum registro foi encontrado no sistema correcional da controladoria.

Nomeado no governo de Jair Bolsonaro (PL), Wendel foi tinha mandato até novembro deste ano, mas foi exonerado nesta semana a pedido da atual direção da PRF. Havia contra ele “indícios de distorções técnicas, parcialidade, interferência e uso não isonômico das ferramentas de correição pelo atual Corregedor-Geral”.

Silvinei foi o principal nome envolvido nas blitzes durante o segundo turno das eleições de 2022, que buscavam barrar eleitores nordestinos, onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem o maior número de eleitores.

Ficou constatado que Benevides usava dois pesos e duas medidas ao investigar manifestações político-partidárias de policiais.

Quando os servidores declaravam apoio a candidatos de esquerda, os processos disciplinares eram instaurados rapidamente. O mesmo não acontecia quando as manifestações em redes sociais envolviam o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ou seus apoiadores.

Sobre o caso das blitzes, Wendel que era responsável pela apuração da conduta dos policiais, disse que “nenhuma ordem foi dada no sentido de que servidores não deixassem de cumprir o seu papel”.

Desta forma, a CGU também suspeita de parcialidade do ex-corregedor, pois não há provas e procedimentos de investigação feitos por ele. 

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