Funcionários do Ministério dos Direitos Humanos descobriram a existência de um bunker a poucos metros do gabinete que, até 2022, era ocupado por Damares Alves (Republicanos-DF). A sala tem fechadura eletrônica, cofre para armazenamento de armas, paredes reforçadas e isolamento acústico. A informação é do colunista Guilherme Amado, do Metrópoles, que obteve os documentos via Lei de Acesso à Informação (LAI).
Segundo os documentos, a reforma do local foi solicitada em abril de 2021 pelo policial rodoviário federal Marco Aurélio Baierle, responsável pela segurança da ex-ministra e atual senadora. A reestruturação custou R$ 17 mil.
Baierle listou sete condições para a reforma da sala. Entre elas, isolamento acústico, fechadura digital biométrica, saída com ar-condicionado independente, cofre para guardar armas e documentos, além de uma fragmentadora de papel. A obra foi aprovada no mês seguinte, mas levou nove meses para ser concluída.
Nesse período, o policial ressaltou que o isolamento acústico deveria impedir que sons dentro da sala pudessem ser ouvidos fora dela, com base no “nível da fala”.
Em fevereiro do ano passado, Marco Aurélio atestou ter recebido a sala reformada conforme havia requisitado. No entanto, reclamou que o isolamento sonoro não estava adequado. “Informamos que os sons externos estão audíveis no interior da sala, o que não atende ao solicitado”, afirmou.
A equipe da senadora disse, por sua vez, que a sala ajudou a proteger a vida da parlamentar: “Damares Alves contava com proteção policial por sofrer ameaças à sua vida, desde o início de sua atuação à frente do ministério. A referida sala foi adequada, em cumprimento à orientação do Ministério da Justiça, para que os policiais federais pudessem armazenar seus equipamentos de segurança, bem como realizar as atividades necessárias a fim garantir a devida segurança à então ministra”.