A professora Isabel Oliveira tirou a roupa dentro de uma unidade do supermercado Atacadão, que faz parte do grupo Carrefour, em Curitiba (PR), como forma de protesto após ser alvo de racismo no estabelecimento. Nas redes sociais, ela afirmou que foi tratada como “marginal” e “seguida por um segurança por mais de meia hora”.
Ela conta que ao entrar no supermercado percebeu que era seguida pelo segurança. Isabel chegou a sair sem fazer as compras, mas retornou com o marido e tirou as roupas, ficando apenas de calcinha e sutiã, como forma de protesto para mostrar que não oferecia perigo.
Em vídeo, ela afirmou que estava apenas tentando fazer compras para a família. “Entrei para fazer as minhas compras. Isso não dá para admitir. Hoje eu fui a bola da vez, mas não dá pra gente sempre ser visto como uma ameaça”, disse.
A professora relatou ainda que ligou na Delegacia, mas disseram que “o segurança andar pelo mercado” não se configura como racismo. “Eu tive que fazer um escândalo dentro do mercado, gritando e pedindo para ser tratada com dignidade. E aí agora eu tenho que provar que estou sendo perseguida”, afirmou.
De acordo com ela, ao questionar o segurança, ele disse que estava fazendo apenas o seu trabalho e cuidando do setor.
Ela retornou ao estabelecimento após desistir das compras para realizar o protesto. Isabel tirou as roupas e pegou o carrinho do supermercado com uma lata de leite em pó que seria para sua filha. “Voltei à loja sem parecer uma ameaça e comprei o leite da minha filha. Não somos ameaças. Última vez que entro nesse estabelecimento!”, escreveu no post em seu perfil no Instagram.
Veja os vídeos:
?O ESTADO NÃO CUIDA DE NÓS NEGROS
Abaixo trago parte do relato que a professora Isabel compartilhou em suas redes sociais sobre o ocorrido no Atacadão, aqui em Curitiba. Ela conta como foi o contato com a delegacia para falar do racismo sofrido e a resposta que recebeu. ? pic.twitter.com/rbnAALN1ij
— advogato OG® (@valneifils) April 9, 2023
? RACISMO NO MERCADO ATACADÃO
Após ser perseguida pelo segurança enquanto tentava comprar o leite de sua filha, a professora Isabel Oliveira retornou ao mercado seminua em ato de repúdio.
Mercados que veem nossos corpos negros como ameaças não merecem nosso dinheiro! pic.twitter.com/jsvJglJ3Bx
— advogato OG® (@valneifils) April 8, 2023
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