Grupo da USP vai entregar relatório ao Ministério da Justiça sobre grupos extremistas nas redes

Atualizado em 11 de abril de 2023 às 12:54
Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino. Foto: Reprodução

O Monitor Digital da USP (Universidade de São Paulo) vai entregar um relatório sobre a ação de grupos extremistas na internet para o Ministério da Justiça nesta semana. O grupo de pesquisadores compilou contas suspeitas ativas nas redes sociais e vai indicar como é o modus operandi dos segmentos que incitam ódio nas redes sociais, propondo políticas públicas para combatê-los. A informação é do jornal O Globo.

Uma das pesquisadoras do grupo, Michele Prado, já identificou mais de 500 contas que publicavam conteúdos extremistas desde 2021. Uma das maiores dificuldades para encontras os perfis, segundo ela, é a troca frequente de contas para evitar monitoramento ou denúncias às plataformas.

Para a pesquisadora, policiais devem ser treinados para identificar e acompanhar essas rápidas movimentações. “A atualização precisa ser constante, para que os agentes entendam como essas pessoas operam no ambiente online e quais os principais marcadores que indicam potenciais ataques”, afirma.

Plataformas como Instagram, Facebook, Twitter, TikTok, YouTube e WhatsApp têm políticas internas para banir perfis que compartilham conteúdos contra direitos humanos, mas têm relutado em liberar informações de usuários, mesmo que sejam suspeitos de crimes.

Flávio Dino, ministro da Justiça e Segurança Pública, criticou a demora das plataformas em conceder informações sobre os casos e anunciou uma série de medidas para corrigir o problema. O Laboratório de Operações Cibernéticas do Ministério Público de São Paulo tem apoiado o Grupo de Trabalho Interministerial para monitorar ativamente as redes sociais.

A Meta, responsável pelo Instagram e Facebook, diz que “não permite a presença de conteúdo, pessoas ou organizações que anunciem uma missão violenta e que tem removido conteúdo que expresse apoio ou exalte grupos envolvidos nessas atividades”.

O WhatsApp, por sua vez, diz não ter acesso a mensagens trocadas entre usuários, “por utilizar criptografia de ponta a ponta como padrão”, e por isso não modera os conteúdos. A plataforma alega que encoraja usuários a reportar condutas inapropriadas.

O YouTube alegou que participou de reunião junto do Ministério da Justiça e tem trabalhado com órgãos públicos para identificar e denunciar conteúdos nocivos. “Produzimos dados em resposta a milhares de pedidos de autoridades para instrução de investigações criminais no Brasil”, afirma a plataforma.

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