O general Tomás Paiva e suas ajudas de custo. Por Luís Felipe Miguel

Atualizado em 16 de abril de 2023 às 18:15
General Tomás Paiva com expressão séria, olhando pra frente e sorrindo
General Tomás Paiva. (Divulgação)

Reportagem mostra que o general Tomás Paiva recebeu nada mais que R$ 770 mil extras ao ser nomeado comandante do Exército.

Houve uma “ajuda de custo” de R$ 77 mil para a mudança de São Paulo para Brasília. O valor não tem ligação nenhuma com as despesas da mudança: é o dobro do salário do militar.

Além disso, para assumir o cargo, ele passou à reserva. E aí recebeu por férias pretensamente não tiradas e licenças não gozadas, estas pagas em dobro. Total: R$ 389 mil.

E todo oficial que passa à reserva recebe oito vezes o valor do último salário bruto da ativa – foram R$ 304 mil para Paiva.

Esta outra “ajuda de custo”, cujo teto foi ampliado por Bolsonaro, seria justificada pelo fato de que militares não têm FGTS.

Sou funcionário público civil, também não tenho FGTS e quando me aposentar não vou ganhar nem um “muito obrigado”, quanto mais oito vezes o valor do meu salário.

Na verdade, o FGTS foi criado no começo da ditadura militar para substituir a estabilidade no emprego – até então, quem trabalhava na iniciativa privada não podia ser demitido sem justa causa após completar dez anos na empresa.

Como o funcionalismo público – incluindo as Forças Armadas – manteve a estabilidade, não tem FGTS. O benefício aos militares é tanto mais absurdo quando se lembra que eles se aposentam com vencimentos integrais.
A ganância da cúpula militar é um problema que precisa ser enfrentado.

Eles adoram fazer de conta que são os donos do patriotismo, mas agem como gafanhotos fardados, saqueando o Estado brasileiro, sempre em busca de vantagens imorais e esquemas vantajosos. Não são apenas reacionários, são interesseiros e despudorados.

Participe de nosso grupo no WhatsApp, clique neste link

Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link