Parlamentares da base do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) planejam virar a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre os atos terroristas de 8 de janeiro contra bolsonaristas e convocar o filho do ex-capitão, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ).
De acordo com informações do jornal Folha de S.Paulo, além de Carluxo, deputados da baser aliada têm falado em convocar também o ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal Anderson Torres. Ele está preso há três meses por suspeita de omissão nos ataques terroristas em Brasília.
Segundo a base do governo petista, a ideia é repetir o que classificam como “sucesso da CPI da Covid”. Para os governistas, uma das prioridades será convocar empresários, quebrar sigilos, e apurar financiadores dos atos terroristas na capital federal.
“Quando a gente foi contra a CPMI, foi por um entendimento muito claro de que o caso já estava sendo investigado e que não fazia sentido travar a agenda do Congresso para que os bolsonaristas inventassem narrativas. Já que vai ser instalada, vai ser uma oportunidade de fazer do limão uma limonada e responsabilizar inclusive os parlamentares bolsonaristas, que participaram, muitas vezes como mentores intelectuais”, afirma Guilherme Boulos (SP), líder do PSOL.
O Palácio do Planalto não trabalha com a hipótese de a presidência e a relatoria da CPMI ficarem com a oposição. Lindbergh Farias (PT-RJ), no entanto, afirma que o governo terá mais força que os bolsonaristas na CPMI e escolherá presidente e relator.
“Acho que vai ser uma CPI que pode reconstruir uma frente democrática, vai isolar os bolsonaristas novamente. Vai trazer o assunto de volta. Não consigo ver como pode ser ruim para o governo Lula. Eu falava para eles que estavam falando que queriam a CPI só para criar uma narrativa com a turma deles. Agora chegou a CPI de verdade. Erraram muito”, afirma.