O ministro interino do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Ricardo Cappelli, afirmou neste sábado (22) que as investigações da Polícia Federal (PF) “muito possivelmente” indicarão que o general Augusto Heleno teve alguma participação nos atos de 8 de janeiro. A declaração ocorreu durante entrevista ao Congresso em Foco.
Para Cappelli, o “desaparecimento” do aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é suspeito. “Um homem público, ministro de Estado, que sai das eleições e desaparece. Quem explica o sumiço dele? Onde é que está a valentia do general Heleno? Acho que o desaparecimento dele fala por si”, questionou.
“Acho que quem se esconde teme a verdade, essa é minha opinião. O general Heleno está escondido. Onde? Quem consegue falar com ele? Todo dia recebo jornalistas que dizem que ele não recebe ninguém, não fala com ninguém. Por que o general Heleno se escondeu? Cadê a valentia dele?”, acrescentou.
O ministro também falou sobre o “desaparecimento” dos generais Walter Braga Netto, que foi candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro, e Luiz Eduardo Ramos, ex-secretário-geral da Presidência da República.
“Pergunta a algum jornalista que se relaciona com eles se consegue falar com eles. Pega alguma declaração deles. Desapareceram! Por quê? Cadê a valentia deles? Contra as instituições, contra o Brasil! Mas é coerente, né? Coerente com a covardia do chefe deles, que perdeu a eleição e foi se esconder nos Estados Unidos”, disse.
Ainda na entrevista, Cappelli elogiou o general Gonçalves Dias, que se demitiu da chefia do órgão na última quarta-feira (19). O ministro interino afirmou que as imagens, divulgadas pela CNN Brasil, são uma “clara tentativa de atacar o general” e o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“O general Gonçalves Dias é um servidor exemplar do Exército brasileiro, com décadas de serviços prestados ao país. O que aconteceu foi que vazaram imagens e fizeram uma edição, inclusive borrando o rosto dos demais servidores que apareciam na imagem, com a clara tentativa de atacar o general e, por conseguinte, atacar o governo do presidente Lula”, declarou.
Segundo Ricardo, “há uma tentativa de reescrever a história, como se fosse possível refazer fatos que são de conhecimento de toda a população brasileira”.
“O que aconteceu no dia 8 de janeiro foi uma tentativa de golpe comandada por extremistas que se recusam a aceitar o resultado legítimo e democrático do povo brasileiro, que elegeu Luiz Inácio Lula da Silva presidente da República pela terceira vez”, afirmou.