Dois militares nomeados para assessorar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) após ele ter deixado o poder contaram, em depoimentos prestados à Polícia Federal (PF), que somente eles têm acesso a fazenda do ex-piloto de Fórmula 1 Nelson Piquet, em Brasília, onde estavam guardados dois kits de joias dados de presente pela ditadura Arábia Saudita. Com informações do colunista Aguirre Talento, do UOL.
De acordo com as declarações dadas à PF, os militares também afirmaram que não há nenhum tipo de registro escrito sobre o manuseio desse material. As joias foram devolvidas após ordem do Tribunal de Contas da União (TCU).
Os responsáveis por buscar, em momentos diferentes, os dois kits de joias no acervo para devolução ao TCU, são o coronel da reserva do Exército, Marcelo da Costa Câmara, assessor de confiança do ex-capitão, e o tenente do Exército Osmar Crivelatti, escalado por Câmara para ajudar na tarefa.
Segundo os militares, o material foi armazenado sem custo na fazenda do bolsonarista, em Lago Sul, bairro nobre de Brasília, e ficou em um local arejado e sem umidade. “Não há controle de acesso ao local, mas apenas o depoente e Marcelo possuem esse acesso”, afirmou Crivelatti.
O acervo é composto por mais de 9 mil objetos. No entanto, os dois kits de joias foram guardados de forma separada. Crivelatti afirmou que essa diferenciação foi feita pelos servidores do Gabinete Adjunto de Documentação Histórica durante o processo de catalogação do material para armazenamento.
“O depoente lembra que na época da embalagem, os técnicos do GADH separaram alguns itens mais sensíveis que pudessem ser do interesse do presidente Bolsonaro e informaram ao depoente e ao Marcelo Câmara”, contou Crivelatti.
“na hora de acondicionar esse material na Fazenda Piquet, esses itens também foram colocados em um lugar mais reservado, o que facilitou encontrar as joias no meio do acervo privado presidencial”.