A Polícia Federal (PF) planeja encerrar em maio a investigação sobre as joias dadas pela ditadura da Arábia Saudita ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ao todo, o ex-capitão é investigado por ter tentado se apropriar ilegalmente de três conjuntos de peças.
De acordo com informações da colunista Carolina Brígido, do UOL, os investigadores estão em fase de conclusão da perícia do valor das joias. A expectativa é que esse procedimento termine na próxima semana.
O Ministério Público Federal apontou indícios de crime de peculato por parte do ex-chefe do Executivo. Vale destacar que, no inicio deste mês, Bolsonaro prestou depoimento à PF sobre o caso na sede da corporação, em Brasília.
Na ocasião, o ex-mandatário confirmou que conversou pessoalmente com o ex-chefe da Receita Federal Júlio César Vieira Gomes para tentar reaver um primeiro conjunto de joias que havia sido apreendido. As peças, avaliadas em R$ 16,5 milhões, não foram declaradas à Receita Federal.
Após a conclusão, o inquérito da PF sobre o caso das joias será encaminhado ao Ministério Público Federal (MPF), que já realiza uma apuração paralela. Para o MPF, o fato do ex-presidente ter tentado enviar os itens ao seu patrimônio pessoal pode configurar desvio de recursos públicos.
Se a tese for comprovada, Bolsonaro pode ser indiciado por crime de peculato. A pena prevista é de 2 a 12 anos de prisão em caso de condenação. Além disso, ele pode ser acusado de patrocinar interesses privados diante da administração fazendária. Nesse caso, a pena seria de 1 a 4 anos de prisão.