De acordo com a coluna de Jamil Chade, do UOL, os processos contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Tribunal Penal Internacional de Haia caminham para serem aceitos.
As acusações que pesam contra o ex-chefe do Executivo são o desmonte das políticas indigenistas e possíveis crimes contra essas populações.
Três fontes diferentes em Haia e no Brasil sinalizaram que existem sinais claros de que os processos contra o ex-presidente ganharam novo ritmo e que há uma forte tendência a uma admissibilidade dos casos.
Na terça-feira (02), o Brasil receberá uma representante da ONU que tem, como mandato, investigar riscos de genocídio entre uma população. A queniana Alice Wairimu Nderitu, conselheira especial do secretário-geral para a Prevenção de Genocídio, ficará no país até 12 de maio e focará sua agenda na situação dos povos indígenas e da comunidade afrobrasileira.
Além disso, entidades brasileiras submeterão um novo informe para o Tribunal Penal Internacional, com detalhes da situação de crise humanitária vivida pelo povo yanomami. Novamente, o foco cairá contra Bolsonaro.
Desde 2020, Bolsonaro tem sido alvo de diferentes denúncias no Tribunal Penal Internacional. Pelo menos uma delas foi arquivada. Mas queixas relativas à situação dos indígenas chamaram a atenção da procuradoria da corte que, por ano, recebe mais de 700 denúncias de todo o mundo.
Casos como o que foi apresentado pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil apontavam para crimes resultantes do desmonte da assistência às populações tradicionais. Uma das tendências em Haia é a de reunir, em uma só avaliação, as diferentes evidências apresentadas pelos diferentes grupos.