Mais uma vez, precisamos de você.
Queremos investigar, como ninguém fez, o caso Sabesp.
Como um drama anunciado pôde se tornar realidade sem que, em nenhum momento, jornais e revistas trouxessem o assunto para público com o presumível fim de não prejudicar a candidatura de Geraldo Alckmin a um segundo mandato?
Em consequência do silêncio cúmplice da mídia, e da esperteza de Alckmin e equipe em esconder o problema, os paulistas temem que nada vá jorrar de suas torneiras cada vez que as abrem.
Os paulistas aprenderam também, ainda que a contragosto, o significado de expressões como “volume morto”. E podem virtualmente dar aulas, agora, sobre o Sistema Cantareira, algo até recentemente desconhecido dos habitantes de São Paulo.
Estudiosos insuspeitos de partidarismo rechaçaram a desculpa oficial de que a origem do problema reside numa temporada longa sem chuva, até porque isso já era previsto.
Muito mais crível é a hipótese de que a administração Alckmin evitou tomar medidas preventivas – como o racionamento de água – para que isso não pesasse em sua campanha.
Nós queremos reconstituir essa história passo a passo. Planejamos fazer uma série de reportagens e, ao final, um documentário, a exemplo do que fizemos há alguns meses com o “Helicoca” e, agora, com a sonegação da Globo.
O repórter escalado para a missão é o mesmo: Joaquim Carvalho, um mestre do jornalismo investigativo.
Não temos, ao contrário das grandes empresas jornalísticas, recursos suficientes para bancar empreitadas custosas como esta.
Mas temos uma vontade indomável de fazer o que elas, essas megacorporações, não fazem, por não ser de seu interesse político e econômico.
E sobretudo temos você, um leitor que confia em que nós entregaremos um trabalho sério, íntegro – e, tão importante quanto estes dois atributos, competente.
Dentro da mais nobre tradição do bom jornalismo, queremos jogar luzes onde existem sombras – como é o caso da falta de água em São Paulo.
Temos dez dias pela frente para alcançarmos a cifra orçada para essa investigação.
O dinheiro está sendo arrecadado no Catarse, e o sistema é simples: se você chega ao valor projetado, tudo bem. Mãos à obra.
Se não chega, o projeto é cancelado – e as contribuições devolvidas.
(Aqui, o link.)
Jamais enfrentamos um fracasso no Catarse – primeiro pela modéstia espartana de nossos orçamentos, segundo pelo empenho nosso em escolher temas de alta relevância e terceiro pela confiança generosa de quem nos lê.
Mais uma vez, grato.
Paulo Nogueira, diretor editorial