Bolsonaro tem uma mente criminosa. A vida criminal dele é um itinerário que percorre um número significativo de artigos do Código Penal brasileiro.
A mentira é o ar que ele respira. Em tudo, mas em absolutamente tudo o que Bolsonaro faz, há algo fake, mentiroso, cavernoso, ardiloso, enganoso.
Este comportamento está bem evidenciado no escândalo de falsificação do certificado de vacinação para ingressar nos EUA com familiares e assessores – por óbvio, alguns deles protagonistas contumazes de desvios e ilícitos do governo militar: os oficiais do Exército brasileiro.
O inquérito da PF sobre a fraude do certificado vacinal aponta que Bolsonaro e comparsas cometeram vários crimes: associação criminosa, infração de medida sanitária, falsidade ideológica, uso de documentos falsos, inserção de dados falsos em sistema de informações e corrupção de menores.
Entrar nos EUA com documentos falsos é crime; e, se fossem flagrados, Bolsonaro, seus familiares e assessores ficariam sujeitos à pena de 10 anos de prisão lá.
À luz do direito internacional e dos protocolos científicos mundiais, Bolsonaro pode ser classificado como um criminoso genocida e sociopata.
De acordo com a Convenção da ONU de 1948 sobre crimes de Genocídio, Bolsonaro é um genocida, tanto que está sendo processado em tribunais internacionais.
E, de acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais da Associação Psiquiátrica Americana [MSD, sigla em inglês], Bolsonaro é um sociopata, ou seja, portador de Transtorno de Personalidade Antissocial [TPAS].
O MSD descreve que “pessoas com transtorno de personalidade antissocial cometem atos ilegais, fraudulentos, exploradores e imprudentes para ganho pessoal ou prazer e sem remorsos”.
Essas pessoas “podem fazer o seguinte: [i] justificar ou racionalizar seu comportamento; [ii] culpar a vítima por ser tola ou impotente; [iii] ser indiferente aos efeitos exploradores e prejudiciais de suas ações sobre os outros”.
Ainda segundo a descrição do MSD, “pacientes com TPAS podem expressar seu descaso pelos outros e pela lei […]”; “podem enganar, explorar, fraudar ou manipular as pessoas para conseguir o que querem [p. ex., dinheiro, poder, sexo]” […]; “são muitas vezes facilmente irritados e fisicamente agressivos […]; “não têm remorso pelas ações”.
E, finalmente, uma descrição que parece sob medida para bolsonaristas e para Bolsonaro, quando debochava de pessoas em sofrimento respiratório e morrendo asfixiadas pela Covid: “esses pacientes não têm empatia pelos outros e podem ser desdenhosos ou indiferente aos sentimentos, direitos e sofrimento dos outros”.
Bolsonaro é um arquétipo do agente de extrema-direita médio. Assim como Donald Trump, ele reúne como poucos todas as características e predicados do exemplar perfeito do extremista fascista.
A mentira, o ardil, o jogo sujo, o truque desonesto são marcas registradas desta facção que se esbalda nos esgotos da terra sem lei das plataformas digitais e das redes sociais.
É um equívoco de qualquer sociedade que se pretenda democrática e que tenha apreço pela democracia banalizar como natural a presença de Bolsonaro na arena política e no debate público.
Bolsonaro chegou onde chegou porque foi a escolha da oligarquia dominante para destruir Lula e o PT; e, também, porque por décadas houve desatenção da sociedade e das instituições, que sempre trataram o comportamento criminoso dele com naturalidade e como folclore político.
Bolsonaro não é um líder político, mas sim um chefe de facção criminosa; um gângster. Ele é uma aberração incompatível com a democracia, e constitui uma ameaça permanente à civilização humana.
Bolsonaro precisa ser colocado no seu lugar, que é o de responder perante a justiça e a polícia pelos inúmeros crimes perpetrados contra o povo brasileiro, o Estado de Direito e a soberania nacional.
Julgar, condenar e prender Bolsonaro dentro do devido processo legal é uma urgência da democracia. A investigação da falsificação dos certificados de vacinação pode ser um ponto de partida eficaz para materializar esta tarefa democrática crucial para a sociedade brasileira e para a sobrevivência da democracia.