Após dados falsos de vacinação contra a Covid-19 serem incluídos nos sistemas do Ministério da Saúde, a conta de Jair Bolsonaro emitiu quatro certificados de vacinação contra o coronavírus no aplicativo ConecteSUS. Um dos comprovantes foi registrado num celular vinculado a Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Dois dos certificados referem-se à vacina da Pfizer, cujas doses foram registradas em Duque de Caxias (RJ). os outros dois são do imunizante da fabricante Janssen, que teria sido aplicado em São Paulo, na UBS Parque Peruche, na Zona Norte da capital, em 19 de julho de 2021, mesma data de vacinação divulgada por um grupo de hackers em janeiro.
Segundo a Polícia Federal, os certificados da Janssen foram emitidos em 30 de dezembro de 2022 e 14 de março de 2023. A data da vacina, do dia 19 julho, foi um dia depois de o então presidente receber alta do Hospital Vila Nova Star, na Zona Sul de São Paulo, onde ficou internado por quatro dias.
Ainda de acordo com a PF, a emissão do certificado de vacinação do dia 30 de dezembro veio de um celular vinculado a Mauro Cid. Ele teria emitido o documento às 12h02min24s e, cerca de duas horas depois, viajou com Bolsonaro para os Estados Unidos.
Em janeiro deste ano, um grupo de hackers divulgou um cartão de vacinação do ex-presidente com a mesma data e local que constam nos documentos da PF, o que motivou a Controladoria-Geral da União (CGU) a investigar se as informações eram falsas ou não.
O ministro da CGU, Vinícius Carvalho, confirmou em fevereiro deste ano o registro da dose da vacina Janssen em 19 de julho de 2021. “Esse registro existe. Pelo menos pelo que a gente sabe das informações. Se esse registro está em um ofício da CGU, eu não tenho como negar”, disse ministro na época à CNN.
Pouco depois, o próprio Bolsonaro negou que tenha tomado a vacina em São Paulo e disse que, no dia, estava em Brasília.