O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) recebeu R$ 129,5 mil via depósitos em espécie entre 2005 a 2021, segundo laudo do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ). A maior parte do valor, R$ 91 mil, não teve a origem identificada. A informação é da Folha de S.Paulo.
Um dos créditos sem identificação foi feito antes da compra de um imóvel em Copacabana, zona sul do Rio de Janeiro. O valor do depósito é de R$ 10 mil e foi realizado na véspera da aquisição.
A conta do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu oito depósitos em espécie ao longo dos 16 anos. O maior deles ocorreu em janeiro de 2010, quando uma transferência de R$ 45 mil sem identificação foi feita.
A única transferência com origem identificada foi realizada em maio de 2011, quando o próprio vereador transferiu R$ 38.450 em espécie. O depositante foi identificado como “Carlos H Bolsonaro”.
A primeira entrada sem origem data de 2008, quando a conta de Carlos recebeu R$ 30 mil. A transferência ocorreu em período que o vereador realizava transferências para corretora de valores de São Paulo para investimentos. O mesmo montante foi investido na poupança no mês seguinte.
Em 12 de março de 2009, houve outro depósito em espécie de R$ 10 mil sem identificação. Oito dias depois, ele assinou a escritura para compra de imóvel na avenida Princesa Vila Isabel, em Copacabana, que custava R$ 70 mil. Os outros depósitos são de valores baixos, menores do que R$ 2 mil. Dois deles, de R$ 1,6 mil, ocorreram no mesmo dia.
A investigação contra Carlos teve início em 2019, quando foi identificada uma funcionária fantasma em seu gabinete. A Justiça autorizou a quebra de sigilo bancário de 25 servidores ou ex-servidores da Câmara Municipal do Rio de Janeiro em 2021 por suspeita de “rachadinha”.