Faltará espaço: será preciso um pavilhão novo para prender o clã Bolsonaro. Por Adriano Viaro

Atualizado em 5 de maio de 2023 às 18:18
Ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Foto: Gabriela Biló

As cartas estão mais do que dadas e o croupier, Alexandre de Moraes, manteve, com habilidade, a mesma mão. Os próximos capítulos, embora não sejam anunciados à luz de nossa cultura noveleira (ou das séries de streaming), indicam que o cerco ao clã Bolsonaro se fechará ainda mais – sem a mínima intencionalidade de contra-ataque (a não ser como mecanismo de fuga ou prolongamento dos ritos da justiça).

A “familícia” percorre os corredores como quem tenta comprar votos para emendas parlamentares. Porém, desta vez, o foco é a possibilidade de plantar bois de piranha no afã de despistar Alexandre de Moraes. Mauro Cid é a bola vez: a defesa do ex-presidente começa a desvincular o nome de Bolsonaro do seu ex-ajudante de ordens. Caberá às instituições caírem nessa ou não. Xandão cairá? Não creio que isso aconteça, tampouco que lhe tirem o sono.

Os piores políticos, quando saem dos cargos para os quais foram escolhidos – parte por analfabetos políticos, parte por agregados, mas majoritariamente pelos piores eleitores -, devem ser defenestrados do debate público para em seguida pagarem por todos os seus delitos – que são vários. Mas enquanto isso não ocorre, cabe a nós a expectativa armada de patrulha, militância e atenção.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus filhos políticos, Flávio, Carlos e Eduardo
Foto: Reprodução/Redes Sociais

Sabendo que os presídios brasileiros, não raro, possuem blocos e pavilhões dominados por facções, urge a reserva de espaço para outra trupe: os asseclas de Bolsonaro. Além da família, há toda uma árvore genealógica pautada no neofascismo brasileiro que se conhece pelo nome de bolsonarismo. Nem mesmo os presídios continuarão os mesmos, após as detenções que se aproximam e que tanto esperamos.

As perguntas que ficam são: os mecanismos da justiça, não só punitivos como de ordem, ficarão à sombra das artimanhas da “familícia” – feito nau que soçobra meio a procelas, ou teremos a agilidade pautada na mesma “eficiência” dantes aplicada sobre Lula? Bolsonaro irá enfileirar uma manada de bois de piranha, ou terá seu cerco fechado antes disso? A ordem das prisões dos herdeiros seguirá a numeração pela qual são chamados pelo pai, ou o 02 pode ser encurralado antes mesmo do progenitor? E o bolsonarismo, enquanto militância [des]organizada, sobreviverá ao fim político de seu mito?

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