André Esteves elogia arcabouço fiscal e diz que proposta cria condições para corte nos juros

Atualizado em 7 de maio de 2023 às 11:46
André Esteves, sócio sênior do BTG Pactual. Foto: reprodução

O presidente do conselho de administração e sócio sênior do BTG Pactual, André Esteves, disse que o arcabouço fiscal apresentado pelo governo vai gerar superavit, e que, a partir disso, vai permitir que o Banco Central comece a cortar juros daqui a algum tempo. “Vimos a apresentação do arcabouço fiscal dentro do razoável e vai nos levar a um superavit primário com uma certa modéstia, que vai ser suficiente para o controle da nossa dívida. E essa é obviamente uma das condições principais para permitir que o Banco Central corte os juros”, disse.

A avaliação foi feita durante um evento na Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), em que Esteves recebeu a comenda Bicentenário do Visconde de Mauá, maior honraria da entidade.

Conforme o executivo, o Brasil está em um debate econômico que gera custos, mas que essa “cacofonia” entre o Ministério da Economia e o Banco Central não é tão alta. A condução de política monetária de Roberto Campos Neto, presidente do BC, que aumenta o patamar da Selic, tem sido alvo de críticas recentes do presidente Lula (PT) e de outros integrantes do governo. “As relações entre Fazenda e BC me parecem que são mais harmônicas. O Planalto segue uma agenda política. O presidente Lula tem demonstrado uma certa ansiedade de entregar resultado, mas eu vejo isso com naturalidade”, avaliou.

Apesar de ver naturalidade na relação entre os dois poderes econômicos, o sócio sênior do BTG entende que o banco brasileiro está “fazendo seu trabalho”, ainda mais quando comparado com o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos. Para o executivo, o Fed cometeu um erro dramático de política monetária ao demorar mais tempo para reagir ao aumento da inflação.

Diferente do Federal Reserve, o BC mantém a Selic no patamar de 13,75% devido aos aumentos rápidos de juros desde março de 2021. Segundo Esteves, “aqui não cometemos isso [erro igual ao dos EUA]. Nós nos antecipamos. E naturalmente o próximo movimento de taxa de juros vai ser uma queda. Nós gostaríamos que ela (a queda) seja o mais rápido possível, agora é preciso ter condições para isso. E elas gradualmente têm sido dadas. E a Fazenda está fazendo isso”.

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