O inquérito do Ministério Público Federal (MPF) que investiga possíveis atos de improbidade administrativa no 8 de janeiro não encontrou indícios de que os agentes públicos tenham participado ou auxiliado intencionalmente nos ataques golpistas que depredaram as sedes dos Três Poderes em Brasília.
Segundo a coluna de Guilherme Amado no Metrópoles, o procurador responsável oficiou a Procuradoria-Geral da República (PGR) e o Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo que compartilhem provas que possam auxiliar nas investigações. Agora, a tendência é de que o inquérito seja arquivado pelo MPF.
Nesse caso, são investigados o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, o ex-secretário de Segurança Pública, Anderson Torres, o chefe do Departamento de Operações da Polícia Militar, Jorge Eduardo Naime, o atual comandante-geral da PM, Klepter Rosa Gonçalves, o então comandante-geral da PM, coronel Fábio Augusto, e o então secretário adjunto de segurança pública do DF, Fernando de Souza Oliveira.
Recentemente, a lei de improbidade administrativa foi alterada, especificando que, apenas quando há intenção (dolo), é caracterizada a improbidade. Por enquanto, as investigações lideradas pelo procurador Carlos Henrique Martins Lima não encontraram elementos que possam subsidiar uma acusação de que Ibaneis, Anderson ou as demais pessoas tenham agido de maneira proposital para ajudar os manifestantes golpistas.
“Em que pese ainda haver diligências pendentes de realização, o que se analisa até o momento é que os órgãos de segurança envolvidos no planejamento para as possíveis manifestações que ocorreriam no dia 08/01/2023 não tinham total ciência do caráter violento de parte dos manifestantes”, declara o despacho do MPF.
No caso de Anderson, a viagem que ele havia marcado para os Estados Unidos com um mês de antecedência, algo que já previa sua ausência, de acordo com integrantes do governo do Distrito Federal, foi considerada como justificativa.
Já se tratando de Ibaneis, o despacho diz que “houve acompanhamento por parte do governador acerca de toda movimentação ocorrida no referido fim de semana”, agindo para retomar os prédios públicos e prender, em flagrante, os bolsonaristas que depredaram o patrimônio.